O aumento de moradores em alguns bairros da localidade de Mulotana, Província de Maputo, está a originar vários desafios à direcção da Escola Primária Completa local, como a edificação de novas salas de aulas, aquisição de carteiras, para além de contratação de novos professores.
A Escola Primária Completa
de Mulotana conta
actualmente com
cerca de 900 alunos,
divididos em primeiro
e segundo grau do ensino. Cada
turma tem entre 40 e 60 alunos.
Num passado recente, a escola
matriculava entre 400 e 500
alunos, por ano, e maior parte
deles não chegavam até ao final
do ano lectivo por desistências.
Actualmente, aquele estabelecimento
de ensino tem apenas
sete salas de aulas, sendo quatro
fabricadas de material convencional
e as restantes, três, de
chapas de zinco.
O director da escola, António
Matavele, referiu que a procura
do ensino naquela localidade
começou a elevar-se a partir do
ano passado, 2015, onde foram
inscritos cerca de 700 alunos.
No entanto, para acomodar
todos os educandos, algumas
aulas decorrem debaixo das árvores,
com as crianças sentadas
no chão.
Segundo deu a conhecer o
director da escola, o cenário sensibilizou os encarregados de educação,
que concordaram, imediatamente,
em contribuir com
valores monetários e blocos para
a construção de algumas salas.
Foi definida uma contribuição
de 100 meticais e três blocos
por aluno. Da união, resultou a
construção, ano passado, de três
salas de aulas a partir de chapas
de zinco. No presente ano, está
prevista mais uma sala, enquanto
decorre o processo de colecta
de blocos.
Sem falar de números, António
Matavele referiu que as actuais
salas ainda não satisfazem a
demanda, daí que, num encontro
havido com os encarregados de
educação, foi acordado o início
das obras de construção de mais
outras salas de aulas.
Num outro desenvolvimento,
António Matavele disse que a
sua direcção está à procura de
um patrocinador para prosseguir
com o projecto de aumento
de infra-estruturas escolares,
visto que as contribuições dos
encarregados de educação não
resolvem os problemas daquela
instituição, até porque nem todos
têm condições financeiras
para atender ao apelo da direcção
daquela escola.
A edificação de novas infra-
-estruturas é muito urgente,
pois agora temos algumas
turmas que estudam ao relento,
quer dizer que no dia que
chover não teremos aulas nessas
turmas, a situação é preocupante.
Gostaríamos de ter
pelo menos mais quatro salas
de aulas para acomodar os alunos.
Não será a solução porque
acreditamos que nos próximos
tempos o número de alunos
também vai aumentar, disse.
Lembrou ainda que tanto
aquela escola, assim como tantas
outras do distrito de Boane,
não foram contempladas no processo
de reabilitação e construção
de novas infra-estruturas,
para o presente ano.
A situação torna-se mais
constrangedora porque ainda
não há perspectiva sobre quando
é que aquela unidade será
abrangida pelo programa de
ampliação das escolas levado a
cabo pelo Governo da Província
do Maputo.
Entretanto, a escola debate-
-se com mais um outro problema,
nomeadamente a falta de
carteiras. A direcção não tem
capacidade para mobilar todas
as salas, apenas conseguiu comprar
cadeiras para os professores.
Tentamos em 2013 fazer
carteiras, mas não duraram
muito tempo devido ao material
que foi usado, que era
de baixa qualidade, tentamos
recuperá-las, mas não deu
para nada, hoje estamos sem
nenhuma carteira, disse.
fotos de Jerónimo Muianga
Abibo Selemane