A proliferação de barracas ao nível da cidade de Maputo não é acompanhada pela observância de posturas camarárias. A título de exemplo, nos bairros de Maxaquene, Magoanine, Malhazine, Inhagóia e Polana Caniço há postes de energia eléctrica que estão no interior de barracas.
Indiferentes ao perigo, alguns comerciantes na cidade de Maputo constroem barracas em locais por onde passam postes de alta tensão.
Curiosamente, as construções são feitas com conhecimento do Município de Maputo, pois obriga os proprietários a pagar taxas diárias.
No Mercado Adelina, nos arredores da cidade de Maputo, um poste de alta tensão “espreita” no tecto de um estabelecimento comercial especializado na venda de roupas e bebidas alcoólicas, entre outros produtos.
Em declarações ao domingo Fernando da Costa, dono daquele estabelecimento, disse que exerce actividade comercial naquelas condições há mais de cinco anos. Alegou que vários factores concorreram para que fosse parar naquele local. E apontou a falta de emprego como um dos motivos.
“Construi nestas condições por ser um local tradicionalmente movimentado e por falta de um espaço melhor. Tenho consciência do perigo, mas fazer o quê? Não tenho outra opção. Claro que não queria que a minha barraca fosse atravessada por um poste de energia”, disse.
O mesmo cenário pode ser observado nas bermas da Avenida Julius Nyerere, na zona de Saul, entre os bairros de Maxaquene e Polana Caniço, onde um poste de alta tensão foi “cercado” pela parte da varanda de um estabelecimento comercial construído de forma convencional.
Na rotunda de Magoanine, domingo conversou com Clarice Sitoe, proprietária de uma loja nas mesmas condições. Contou-nos que paga, diariamente, uma taxa por estar a ocupar aquele espaço.
Clarice vende entre outros produtos, bebida alcoólica. Todos os dias, ao cair da noite, o local se transforma numa espécie de “discoteca” ao ar livre, onde automobilistas estacionam suas viaturas com música em volume alto.
“Tenho licenças que me autorizam a vender não apenas produtos alimentares como também bebidas alcoólicas. As autoridades têm conhecimento desta situação. Gostaríamos que a Electricidade de Moçambique (EDM) retirasse os postes e não demolir as nossas lojas porque alimentamos os nossos filhos na base deste negócio”, disse. EDM NÃO SE PRONUNCIA
Convidada a reagir em torno destas evidências, a empresa Electricidade de Moçambique (EDM) optou pelo silêncio.
Até ao fecho desta edição, nenhum dirigente daquela empresa pública se tinha dignado a abordar o assunto.
Idnórcio Muchanga