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Arquivo Histórico recebe espólio de José Tristão

Por admin

A Fundação Mário Soares  ofereceu há dias, em Maputo, o espólio de José Tristão de Bettencourt ao Arquivo Histórico de Moçambique. Trata-se do legado do português que foi Governador-Geral de Moçambique entre os anos de 1940 e 1946.

O espólio está organizado em 12 pastas de documentos, duas caixas de fotografias e uma caixa de grande formato.

A sua aquisição foi possível por intermédio do falecido Prof. Doutor José Mariano Gago e do Dr. Luís Almeida Gomes. O espólio estava depositado na Fundação Mário Soares, que o reproduziu digitalmente e procedeu à sua descrição e classificação, reunindo 7.883 imagens/objectos digitais.

Na cerimónia, que contou com a presença do Embaixador de Portugal, José Augusto Duarte, a Fundação esteve representada pelo Administrador do seu Arquivo e Biblioteca, Alfredo Caldeira, e por Luís José Almeida Gomes. O Arquivo Histórico esteve representado pelo professor Joel das Neves Tembe.

Os documentos ofertados dizem respeito, na maioria, ao período relativo à passagem de José Tristão de Bettencourt como Governador-Geral de Moçambique. Para além de fotografias oficiais, boa parte das quais devidamente identificadas no verso, a documentação integra ainda inúmeros relatórios e correspondência oficial, quer com as diferentes entidades da administração da colónia, quer com o Ministério das Colónias em Lisboa.

Assim, em termos de organização documental, optou-se por uma divisão cronológica, tendo como principal baliza o período de 1940-1946, época da II Guerra Mundial, autonomizando-se, contudo, tipologias documentais específicas (correspondência secreta, não oficial, fotografias, imprensa, documentos pessoais) que, pela sua natureza, não estão directamente relacionadas com as funções profissionais assumidas por José Tristão de Bettencourt.

QUEM FOI JOSÉ TRISTÃO BETTENCOURT?

José Tristão de Bettencourt (1880-1954), foi um oficial do exército que assumiu, ao longo da sua carreira, diversos cargos ligados à administração colonial, designadamente em Moçambique. Assim, de 1916 a 1917, foi sub-Chefe do Estado-Maior do Quartel-General de Moçambique, em 1921 Governador do Distrito de Inhambane (Moçambique), de 1922 a 1928 foi Chefe do Estado-Maior do Quartel-General de Moçambique e por fim, após graduação em Brigadeiro e General (1939). Foi Governador-Geral de Moçambique (1940 a 1946). Paralelamente, foi em 1926 Chefe de Gabinete do Ministro das Colónias e em 1928  foi nomeado Ministro, cargo para o qual se recusa a tomar posse.

Foi igualmente membro do Conselho Fiscal do Banco Nacional Ultramarino, vogal do Conselho Superior das Colónias e vogal do Conselho do Império Colonial. Após passar à situação de reserva em 1945, por limite de idade, foi Procurador à Câmara Corporativa, onde se manteve nas IV e V legislaturas, até 1953, vindo a falecer no ano seguinte.

 

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