Um dos controversos diplomatas ocidentais dos últimos cinco anos em Moçambique está de malas aviadas de regresso para a sua terra depois de ter metido muita foice em seara alheia.
Polémico em tudo, leva na pasta de viagem todos os pecados que lhe são imputados, alguns aqui descritos.
Trata-se do homem que, em Outubro de 2013, durante o período das hostilidades militares entre o Governo e a Renamo, abriu a sua boca apenas para condenar o Executivo, quando as Forças de Defesa e Segurança, que haviam sido emboscadas, abateram um homem armado da perdiz em Vunduzi. O homem nunca se referiu, na sua oratória, a todas as atrocidades que eram cometidas no troço entre Save e Muxungué.
Trata-se do homem que em Setembro do ano passado comandou uma caravana que trouxe DHL a Maputo, vindo da chamada “parte incerta”, onde se havia enclausurado quando escorraçado de Santungira. Trata-se do mesmo homem, que dia depois das eleições de 15 de Outubro do ano passado, reuniu-se com a missão de observadores europeus e no dia seguinte a esta reunião, encontrou-se com DHL. Não se sabe o que ali terá sido destilado, mas dias depois, (coincidência ou não), começaram a aparecer vozes contestando os resultados das eleições, algumas das quais dos mesmos que tinham saído a terreiro, dias antes, a elogiar o processo.
Trata-se do mesmo homem que a 27 de Maio deste ano se reuniu de novo com DHL em Nampula, alegadamente para o aconselhar a abandonar o discurso belicista e de derrube do poder do dia à força. Curiosamente, na reunião do CN da perdiz dos dias 9 e 10 de Junho, em Caia, Sofala, o perdigoto-mor viria a proclamar guerra em Moçambique através de um ilustre deputado da AR e porta-voz do tal CN.
Trata-se do único comissário representante de um pais estrangeiro neste solo pátrio que gazetou as cerimónias centrais comemorativas dos 40 anos da Independência Nacional, apesar de devidamente convidado, preferindo acampar em Gorongosa, nas imediações da chamada parte incerta. Há quem especule que o acampamento não está dissociado do robustecimento, a olhos vistos, em termos materiais e financeiros, da perdiz. Esta vem exibindo nos últimos dias tal poder, a ponto de, em Julho último, ter adquirido cerca de 20 viaturas e ter comprado apartamentos para instalar a propalada Comissão da Paz, Democracia e Desenvolvimento, visto como uma fórmula encontrada por alguns inimigos da paz no país para financiar a perdiz para objectivos obscuros.
Sexta-feira última, no encerramento da conferência nacional dos seus homens armados, tidos como forças residuais(?), DHL terá assinado um cheque de cinco milhões de meticais, alegadamente para financiar projectos dos seus homens armados.
Agora resta saber o que ficará a acontecer no país após a partida deste homem polémico?