O Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, tem estado a visitar algumas províncias para interagir com a população em torno das suas inquietações, bem como agradecer o voto confiado a si e ao partido Frelimo, um exercício que tem como objectivo incutir na população o seu projecto de governação consubstanciado na confiança na mudança e desenvolvimento sustentável.
As visitas do Chefe do Estado iniciaram no mês passado, na província de Gaza, o chamado quilómetro zero na sua derradeira caminhada rumo à Ponta Vermelha, sendo que depois seguiu para a província e cidade de Maputo.
Durante as visitas, o PR tem investido tempo no diálogo com a população de diferentes extractos sociais, associações de camponeses, assim como empreendedores agro-pecuários, de modo a ferir as necessidades destes sectores.
São encontros carregados de simbolismo em que de uma forma aberta e sem preconceitos a população apresenta o seu pensamento sobre o que é que deve ser o novo ciclo de governação iniciado a 15 de Janeiro último.
E por se tratar de nova era de governação, vários são os cidadãos que tem afluído voluntariamente aos comícios para deixar as suas preocupações e ouvir orientações sobre o novo modelo de governação que o Presidente Nyusi pretende introduzir.
“A nossa governação tem cerca de 100 dias, mas o grau de receptividade é bastante encorajador o que nos leva a acreditar que a caminhar neste passo vamos conseguir muito mais que aquilo que prevíamos”,disse o PR sublinhando que a principal mensagem que levava à população resumiu-se em três palavras, paz, unidade nacional e desenvolvimento.
No seu estilo característico, Filipe Nyusi foi conquistando a simpatia da população, sobretudo, ao usar a língua Changana para se apresentar, exemplo este seguido pelos dirigentes que o acompanharam.
Porque na sua maioria não dominam as línguas faladas no Sul, designadamente, Ronga e Changana tiveram que exercitar ou até usar cábula quando subiam à tribuna. Este aspecto por si só criou uma alegria contagiante entre os governantes por um lado e na população por outro.
È que alguns tratavam de decorar as palavras que iam pronunciar durante a sua apresentação, mas vezes sem conta esqueciam-se e viravam aos colegas para fazer consultas.
Nesse instante, a população não pregava o olho e cada vez que um dirigente mordia a língua para falar era uma alegria total num exercício típico para relaxar antes de iniciar a fase da apresentação das inquietações e ou sugestões da população.
Um aspecto interessante aconteceu no distrito de Magude, porta de entrada à província de Maputo em que mesmo debaixo da chuva os populares não arredaram o pé tendo permanecido até ao fim do comício.
Neste distrito as conversas giraram em torno da usurpação de terra por parte de alguns empreendedores, expansão das redes eléctricas e de abastecimento de água, bem como da prometida ponte rodoviária, sobre o rio Incomáti.
Sobre a questão da terra, o Presidente sossegou os camponeses ao afirmar que tal questão poderá passar para história visto que no seu plano de governação prevê a atribuição até ao fim deste quinquénio cerca de cinco milhões de Títulos de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT,s).
“Sempre dissemos que a terra é o legado principal que tivemos dos nossos antepassados, daí que antecipamos a solução do problema, por isso, estamos a distribuir DUAT,s para que alguém saiba que ela lhe pertence para melhor explorar para habitação, agricultura, turismo. Portanto, é um projecto ambicioso que vamos levar a cabo durante este quinquénio”,disse.
Relativamente a ponte, o Chefe do Estado disse que tudo está sendo feito para que ao longo deste quinquénio a mesma seja uma realidade uma vez estar-se na fase de angariação do financiamento.
Ainda neste distrito, o PR visitou uma feira agropecuária para se inteirar das potencialidades de produção da carne. “Estamos satisfeitos porque quando escolhemos uma amostra da área pecuária, vimos que a província tem potencial para a criação do gado. Por isso, instamos a população para se concentrar na produção do gado para sairmos gradualmente da dependência externa”.
Depois de Magude, o Chefe do Estado visitou uma associação de camponeses no Posto Administrativo de Xinavane, na Manhiça, onde ficou entusiasmado com o trabalho dos agricultores ali associados, sobretudo o facto de produzirem, vender e conseguir pagar o crédito bancário sem dificuldades.
“Quando escolhemos a mostra da agricultura, fomos a associação dos camponeses de Maguiguane, em Xinavane. Vimos a capacidade de associativismo, cerca de 86 pessoas, maioritariamente mulheres que estão a produzir há muitos anos. Receberam o equipamento e depois já conseguiram pagar o crédito, tem uma certa área de produção e agora reclamam mais espaço, isso nos satisfaz e nos encoraja a prosseguir com o nosso projecto de produção de alimentos”,disse o Chefe do Estado.
Ainda no quadro das suas visitas de trabalho, o Presidente da República escalou o Hospital Distrital de Marracuene e aqui ficou impressionado com a forma com a qual o pessoal de saúde trata os doentes e aborda os seus problemas.
“No hospital vimos como a camada jovem está a cuidar da saúde das pessoas. Abordam os problemas sem egoísmo, falam da necessidade da melhorais das condições de trabalho, do acesso ao hospital, portanto, ficamos com a impressão de que a consciência dos moçambicanos está cada vez mais a crescer”,disse o PR.
Acrescentou que a visita ao Instituto de Formação dos Professores da Namaacha tinha como objectivo aferir o grau de consciência que os formandos têm sobre a necessidade da melhoria da qualidade de educação.
“No âmbito do desenvolvimento já tínhamos inventariado os problemas principais, razão pela qual nestas visitas estamos a atacar a agricultura, educação, saúde, habitação, portanto, os aspectos principais para que o moçambicano possa progredir, mas também estamos a enfatizar a melhoria da qualidade da vida das pessoas”,disse.
Maputo – cidade em
Depois da província de Maputo, o Presidente da República trabalhou na cidade de Maputo, escalando sucessivamente, os distritos municipais, Ka Tembe, KaLhamanculo, KaMubucuane e KaMavota, onde constatou haver um franco crescimento.
A porta de entrada a capital do país foi o distrito municipal Katembe onde o Chefe do Estado ficou comovido com os avanços que se registam, apesar de a população reclamar a melhoria das redes eléctrica e de água.
Ainda no rol das preocupações da população, o Presidente da República frisou que estão a ser solucionadas paulatinamente, tendo destacado a entrada em funcionamento, a breve trecho, de um Centro de Saúde bem equipado, a construção da estrada que sai da ponte até ao Complexo Mar e Sol, entre outros aspectos.
Na ocasião, o PR reconheceu existirem ainda desafios, dentre eles, destacou a melhoria contínua do transporte público, limpeza da cidade, aceleração do processo do reassentamento da população vítima das enxurradas e outras calamidades, para não falar da disponibilização de DUAT.
Ainda na capital do país, Filipe Nyusi visitou uma associação dos agricultores no bairro Albasine tendo-se inteirado não só do trabalho ali exercido como também ouviu as preocupações dos seus membros.
Ainda nesta cidade, o PR reuniu-se com cerca de 700 jovens oriundos de diferentes bairros e estratos sociais, de quem ouviu como principais preocupações a problemática de habitação, falta de emprego, transporte e o combate ao consumo de drogas.
Na ocasião, os jovens através da direcção do CNJ apresentaram propostas para a solução dos problemas apresentados. Das propostas avançadas destaque vai para a alocação de pelo menos 100 talhões infra – estruturados, proposta imediatamente acolhida pelo presidente do Conselho Municipal que disse que vai disponibilizar tais talhões na Katembe.
No concernente à situação dos transportes, o titular do pelouro, Carlos Mesquita anunciou que a capital vai ser beneficiada com mais de 10 carruagens a partir de Maio corrente para o transporte de passageiros.
“Até ao final do ano teremos mais de 70 carruagens de passageiros que farão ligação entre a cidade de Maputo e Ressano Garcia e os povoados ao longo da linha do Limpopo”,disse Mesquita sublinhando que as cidades de Maputo e Matola até Dezembro terão mais 200 autocarros.
Nesta visita à capital do país, o Chefe do Estado fez-se acompanhar pela Ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namashulua, do Interior, Basílio Monteiro, dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, da Saúde, Nazira Abdula, Vice-Ministra do Ambiente, Terra e Desenvolvimento Rural, Ana Isabel Senda, do Governador de Tete, Paulo Awade e quadros da Presidência da República.
Domingos Nhaule