A previsão do crescimento económico de Moçambique aponta para 7.5 por cento no presente ano, embora a perspectiva inicial fosse de 7.7 por cento, mas devido as cheias que assolaram o país no início do ano a mesma reduziu para os números acima indicados.
Segundo o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, com a aprovação do Programa Quinquenal do Governo (PQG) espera-se a manutenção da taxa de crescimento entre sete a oito por cento, a contenção da inflação média anual ao nível de um digito, aumento das receitas do Estado em 32.5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), a manutenção do défice orçamental abaixo de 22 por cento do PIB e do stock da divida abaixo dos 40 por cento e o aumento de seis para oito a capitalização bolsista.
Entretanto, uma consultora internacional denominada Business Monitor reviu em baixa o crescimento económico de Moçambique que, segundo as suas contas, deverá atingir este ano os 5,9 por cento, devido à descida das exportações e à presumível redução da despesa pública, acelerando depois para um valor médio de 8,3 por cento até 2019.
O relatório Risco do País (Country Risk Report) prevê, no entanto, que o abrandamento não seja mais acentuado devido ao Investimento Directo Estrangeiro (IDE) e aos sectores do carvão e do gás, que deverão manter-se com uma actividade dinâmica.
Adriano Maleiane, que prestou estas declarações no fim da apresentação do Programa Quinquenal do Gverno na Assembleia da República (AR), mostrou o seu optimismo quanto ao sucesso das acções a serem levadas a cabo pelo executivo no quinquénio 2015/19.
Segundo o ministro, o governo foi à Assembleia da República apresentar as frentes que constituem prioridade do executivo, nomeadamente a unidade nacional, índice de desenvolvimento humano, competitividade, combate à corrupção e solidificação do Estado de Direito democrático como desafios fundamentais.
“Estes factores contribuíram para que saíamos de um PIB per capita de 640 para 800 dólares per capita em 2019, o que significa que o rendimento das pessoas terá aumentado, sendo este um dos caminhos para o combate à pobreza”, assegurou o ministro.
Segundo a fonte, o governo entende que cada moçambicano deve ser agente da redução da pobreza, por via das condições que serão criadas pelo executivo, através da criação de empresas onde empregarão outras pessoas.
Maleiane afirmou que esta é uma aposta do Governo que vem plasmada no Programa Quinquenal do Governo.
Contudo, reconhece que a reclamação dos partidos da oposição, segundo a qual construir 35 mil casas, formar 42 mil professores, criar um milhão de empregos em cinco anos seja pouco, porém salienta que é o mínimo que podem fazer, caso o governo consiga mobilizar o sector privado para construir 25 mil casas, enquanto o Governo edificará 10 mil.
O programa aposta na infra-estruturação (vias de acesso, água canalizada e energia), criação de condições para distribuição de talhões e material de construção a preços bonificados para que a auto-construção funcione, afiançou Maleiane.
Num outro desenvolvimento, Adriano Maleiane disse que o governo tem disponíveis 48,5 milhões de dólares americanos, dos 297 milhões necessários para a reconstrução após as cheias.
No valor acima indicado, 30 milhões serão direccionados para a reabilitação das linhas ferroviárias destruídas pelas chuvas que se registaram entre finais de 2014 e primeiro trimestre de 2015. Os fundos foram mobilizados junto do sector privado.
Segundo Maleiane, o Governo, através do Orçamento do Estado, vai desembolsar 7.5 milhões de dólares norte-americanos para a reconstrução após as cheias. O executivo está ainda a negociar com o Banco Mundial no sentido de obter mais recursos financeiros para completar o valor global necessário para reconstrução.