Texto de Idnórcio Muchanga
O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) investiu cerca de 76 mil euros para recuperação do sistema de irrigação de variedades de milho geneticamente modificado na província de Gaza.
O espaço reservado para estudo de eficácia de variedades de milho é de três hectares, estando em exploração uma área de dois hectares.
Para o desenvolvimento da investigação, o IIAM trabalha juntamente associações de agricultores e estudantes finalistas de Agronomia do Instituto Politécnico de Gaza (ISPG).
O local reservado à prática da investigação é bastante restrito, de modo a assegurar que as culturas ali produzidas não sejam comercializadas antes da certificação.
Tomais Maculuve, gestor do sector de maneio de água, mostrou à nossa equipa de Reportagem técnicas de manuseamento do sistema de irrigação, recentemente recuperado pelo IIAM.
A infra-estrutura de irrigação, orçada em cerca de 76 mil euros, é um sistema de rega gota-a-gota, a partir do canal de regadio de Chókwè.
“A distribuição de água é feita por hidrante, isto é, uma espécie de torneiras que regulam a quantidade que passa dum bloco para outro, em forma de gotejamento e as linhas que fornecem água aos campos possuem orifícios pequenos que abastecem a área cultivada em frações de segundo”, explica o nosso entrevistado.
Miguel Paulo Cumaio, gestor do campo destinado a produção do material geneticamente modificado, demostrou seus conhecimentos na gestão de distribuição de água para as plantas ainda em experimentação naquele campo de investigação.
Cumaio explicou que alimentos geneticamente modificados são produzidos com base em organismosque, através das técnicas da engenharia genética, sofreram alterações específicas no DNA. Essas técnicas têm permitido a introdução de culturas agrícolas de traços diferenciados, podendo ainda conter gene de um animal introduzido numa planta para um determinado fim.
Refira-se que essas culturas têm sido projetadas para assegurar a dieta alimentar nos tempos chuvosos ou em locais de menor precipitação. “Este local é de ensaio confinado onde é plantado variedade de milho geneticamente modificado. A cultura semeada neste local destina-se exclusivamente para fins de pesquisa e nenhuma planta deverá ser retirada deste espaço para afins comerciais antes da certificação”, esclareceu.
A implementação do projecto está a cargo de instituições de pesquisa agrárias de cinco países de Africa suh-sahariana, nomeadamente Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), Conselho de Investigação de África do Sul (ARC), Instituto de Investigação Agrária de Quénia (KARI), Conselho Nacional de Transferência de Tecnologias da Tanzânia (COSTEC) e Organização Nacional de Investigação Agrária de Uganda (NARO).
Fazem igualmente parte do projecto três organizações internacionais, designadamente a Fundação Africana de Tecnologias Agrícolas (AATF), o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT) e uma empresa multinacional de sementes (Nonsato).
Essas organizações estiveram há dias reunidas em Maputo na sétima Reunião de Balanço e Planificação do Projecto WEMA com objectivo de rever o estado e grau de implementação das actividades planificadas para 2015.
Idnórcio Muchanga