A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) anunciou a criação de um fundo para o qual o sector privado poderá canalizar as suas contribuições, bem como uma conta bancária para depósito em dinheiro e disponibilização de instalações para o armazenamento de produtos diversos destinados a apoiar as vítimas das calamidades.
Aquela agremiação pretende mobilizar e envolver o empresariado nacional na mitigação dos efeitos das calamidades naturais que estão a afectar o país, concretamente nas regiões centro e norte, as quais têm resultado na perda de vidas humanas, bens e infra-estruturas.
De acordo com Rogério Manuel, presidente da CTA, que falava após o encontro com os empresários, “a ajuda às vítimas das calamidades é da responsabilidade de todos. Há concidadãos nossos a morrerem em várias regiões do país e o gesto de cada um de nós pode ajudar a salvar vidas. Vamos dar o que pudermos e tivermos”. Dado que as calamidades ocorrem ciclicamente no país, Rogério Manuel referiu que este fundo será de carácter permanente, o que significa que estará preparado para prestar apoio em qualquer período.
“A nossa acção, através deste fundo, será contínua. Não queremos continuar a reagir às situações sempre que elas ocorrem. Haverá uma equipa permanente que vai trabalhar especificamente nesta área”, referiu o presidente da CTA, que acrescentou que já existem instalações na zona sul onde serão armazenados os produtos a serem angariados, sendo que está a ser feito um trabalho no sentido de identificar locais nas regiões centro e norte para o efeito.
Esta iniciativa foi consensual entre os membros da CTA que participaram no encontro, entre os quais Rogério Samo Gudo, presidente do Conselho de Administração da MCNet, que considera ser também papel do sector privado prestar apoio às pessoas necessitadas.
“É uma ideia louvável. Devemos prestar a nossa solidariedade aos nossos irmãos. Pensamos que como CTA podemos contribuir para a mitigação dos efeitos das calamidades e minorar o sofrimento das pessoas”, disse Rogério Samo Gudo.
Numa primeira fase, a CTA irá prestar apoio às famílias das vítimas de envenenamento em Chitima, província de Tete, e aos afectados pelas cheias que assolam as regiões centro e norte.
Por exemplo, só na província da Zambézia as cheias já fizeram mais de 15 mortes e sete mil desalojados, para além da destruição de diversas infra-estruturas, sendo uma delas a ponte sobre o rio Licungo, impedindo a ligação entre o norte e o resto do país.