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Otis e Pedro Ben revisitam e agradam plateia moçambicana

Por admin

A noite da última sexta-feira foi de agrado para os que se dirigiram ao Centro Cultural Universitário (CCU), para de perto,  ver e ouvir cantar o saxofonista Otis (Alípio Cruz), e Pedro Ben.

O espectáculo inicialmente previsto para a Fortaleza de Maputo, foi transferido para o CCU e está inserido no Verão Amarelo, patrocinado pela operadora moçambicana Moçambique Celular.

De Portugal veio o moçambicano lá radicado, Otis, para emprestar à plateia moçambicana, os seus sopros.  De Londres, o outro moçambicano, Pedro Ben para uma produção feita pelo jovem Paulo Sithole (Lito).

O espectáculo soou como que a rebusca da trajectória artística de Alípio Cruz que trouxe para o palco muitas das suas composições inseridas nos álbuns Caminho; Olhando para trás; Gaia Moçambique;  Mozamverde. Mas porque a música é universal, Otis não se cingiu apenas nas suas composições, escalou Angola e foi buscar o lado afectuoso dos “Mangolês”, tocando Muxima.

Maduro e seguro do que a plateia anseava, Otis foi vagueando fazendo uma mescla entre o ritmo clássico, aliás, a sua clássica composição, Gaya Moçambique que celebra 20, levantou a plateia. Outro momento de especial referência foi aquando da aparição em palco da bailarina Lucília Rodrigues que ao ritmo da composição Mama Rosa (dedicada à mãe de Otis), ela fez a fusão entre  a dança contemporânea e a tradicional para o gáudio da plateia. Dançar é uma arte. E a Lucília Rodrigues fê-lo com  mestria.

Otis tocou ainda Elisa we gomara saia. Uma composição trazida com um outro ritmo de Funk com sopros e guitarradas acompanhadas por uma coreografia ensaiada e exibida por três membros da banda (saxofonista, guitarrista e baixista).

A dado momento do espectáculo, Otis dirigiu-se à plateia dizendo:  “Chegou o momento de termos aqui em palco um convidado. Ele é um dos melhores cantores moçambicanos de todos os tempos. Convosco Pedro Ben”. E assim entrava para o palco um homem de voz presente e com tonalidade inconfundível. Pedro Ben. Para os mais antigos ecoava a mesma voz que ouviram há 31 anos atrás. Para os mais novos era a contemplação do que poderiam ter ouvido falar e visto em vídeos nas redes sociais. Um músico moçambicano que canta a Marrabenta de forma simples.

Kassi xiwonu muni Xanana ninga hona missavheni(Que pecado foi esse que eu cometi na terra…); Xinhanhane; Mina nawenô hitahanha xikamwe hlomulweni (Eu e tu viveremos juntos na miséria); Mauweee mauwe mamã….. são os temas que Pedro Ben cantou, alegrando a plateia.

É uma satisfação enorme para mim, voltar a cantar no meu país que vejo evoluir todos os dias”, disse Pedro Ben, prometendo um outro espectáculo para breve.

Tanto Otis assim como Pedro Ben foram acompanhados por Tomás(guitarra), Nando(viola baixo), Tomás (piano),  Miranda (bateria), Esterinha e Dulce (coristas).

O espectáculo foi memorável. A única nódoa foi o som que por várias vezes oscilou.

Agentes da Polícia, Bombeiros e Cruz Vermelha estavam no local , como recomenda o Regulamento de Espectáculos e Entretenimento.

ESCLARECIMENTO

Na edição passada, publicamos que o saxofonista Otis teria como convidados Jimmy Dludlu e Jacko Maria. Na verdade, o convidado para o espectáculo era apenas Pedro Ben. Pelos transtornos criados aos músicos Jimmy Dludlu e Jacko Maria, assim como seus fãs, vai o nosso pedido de desculpas.

Frederico Jamisse

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