A sucessão de Feizal Sidat na presidência da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) já mexe com gente do desporto nacional. Nos bastidores já circulam nomes de prováveis candidatos ao cargo, em eleições que deverão acontecer entre Junho e Julho de 2015, término do mandato do actual elenco federativo.
Sobre esse pleito, afiançaram ao domingo que duas listas já estão a ser forjadas na calada, uma a ser liderada por Rafik Sidat, presidente da Liga Desportiva de Maputo, outra por Enoque João, presidente da pseúdo Casa de Moçambique, em Portugal.
domingonão está contra nenhuma lista, nem a liderada por Rafik Sidat, nem por Enoque João, ou outra, mas não acredita que as associações se deixem enganar e coloquem a FMF a ser dirigida por qualquer destas personalidades.
Deixar que a FMF seja presidida por Rafik Sidat, irmão de Feizal Sidat, é o mesmo que transformar aquela instituição desportiva numa monarquia em que os membros da mesma família se vão sucedendo a seu bel-prazer. Isso não ajudaria no alavancar do futebol nacional, que, infelizmente, não tem conhecido boas prestações nas competições africanas, senão uma e outra vitória do acaso, quer ao nível de selecções, quer ao nível de clubes.
Quanto ao Enoque João são conhecidas as suas intenções, que passam por criar um assentamento interno para melhor convencer aos seus amigos portugueses a segui-lo em Moçambique, com pretexto de “apoio ao futebol”, ampliando o que tem vindo a tentar com as ofertarias de bolas e equipamentos em nome da tal Casa de Moçambique, cuja existência já não se justifica.
A Casa de Moçambique existiu de verdade no passado quando Moçambique não tinha embaixada em Portugal. O seu presidente foi João Carlos da Conceição até a sua vinda ao país para assumir os destinos do desporto nacional, primeiro no Ministério da Educação, e depois na então Secretária de Estado de Educação Física e Desportos. Hoje, ele é secretário-geral do Comité Olímpico de Moçambique.
Havendo em Portugal uma das maiores embaixadas de Moçambique no Mundo, não se justifica que alguém ande a jubilar-se de ser presidente da Casa de Moçambique. Casa de quem e para quem? Que casa é essa que só se faz representar por Enoque João, que pelos vistos, não presta contas a ninguém. Uma coisa é Enoque ter casa em Portugal, outra é já não se justificar haver uma instituição chamada Casa de Moçambique em Portugal, pois já há uma representação diplomática nacional, a sua embaixada, que responde ali por todos moçambicanos.
Porém, temos vindo a perceber que os moçambicanos do futebol estão atentos a todas as manobras tendentes a transformar a FMF numa monarquia dos Sidat e ou em Casa de Portugal, em Moçambique. Que se enganem as associações, com dinheiro ou com discursos, mas ao povo moçambicano jamais ninguém enganará. Na devida altura, medidas serão sugeridas para salvar e libertar o futebol nacional de qualquer tipo de privatização.
O país orgulha-se de ter filhos bem-intencionados pela causa do desporto, neste caso particular do futebol, como o actual vice-ministro da Juventude e Desportos, José de Sousa (Cazé), que conhece por dentro a FMF, onde trabalhou salvando os jogadores das selecções nacionais das lesões. A esse, sim, se pode confiar aos destinos da FMF no pós-reinado de Feizal Sidat e companhia.
Manuel Meque