Início » Substâncias psicoactivas multiplicam baixas hospitalares

Substâncias psicoactivas multiplicam baixas hospitalares

Por admin

Texto de Luísa Jorge e Fotos de Carlos Uqueio

O consumo de substâncias psicoactivas constitui principal causa de internamento no Hospital Psiquiátrico de Infulene(HPI), na província de Maputo.

Serena Chachaio, directora daquela unidade sanitária, disse ao domingo que nos últimos nove meses, o HPI atendeu em consulta 16 881 pacientes dos quais 3 762 submetidos ao internamento Grande parte dos internados procurou apoio para controlar a sua dependênciaem relação a estas substâncias.

Segundo Serena Chachuaio até agora a substancia mais consumida é o álcool, a canábis-sativa (mais conhecido por soruma) vem logo a seguir, destacando-se igualmente outras substâncias como a heroína e cocaína.

No leque de patologias, a esquizofrenia constitui a principal causa de internamento do grupo feminino. Ainda nesta classe, doenças associadas a causas de origem conhecida (como a malária) figuram como segunda causa de internamentos de mulheres.

Serena Chachuaio revelou nos últimos tempos tem havido uma tendência de aumento de casos de complicações neuropsíquicas provenientes da infecçao por HIV.

De acordo com a nossa entrevistada, esta realidade deve-se ao facto de os doentes mentais serem vulneráveis a contrair o HIV uma vez não possuírem capacidade de discernir o bem do mal o que lhes torna expostos a comportamento de risco.

“O facto desta mulher doente não ter a consciência da prevenção, faz com que chegue tardiamente ao hospital, uma vez que é levada por uma terceira pessoa. Isto contribuirá para que a mesma inicie o tratamento antiretroviral tarde. Nesse contexto, muitas vezes o seu nível de imunidade se encontra muito baixo o que condiciona o aparecimento de outras complicações de saúde”,explica a nossa entrevistada.

Doentes abandonados

encontram residência no HPI

Um total de 45 doentes, na sua maioria jovens e idosos, alguns abandonados se encontram a residir no Hospital Psiquiátrico de Infulene.

De acordo com a directora daquela unidade sanitária, são pacientes que sofrem de algum atraso mental, mas com um quadro clínico estável. Facto curioso é parte dos mesmos se encontra a residir naquela unidade sanitária a mais de 20 anos numa enfermaria aberta.

“Temos procurado vagas nos centros de acolhimento, mas sem sucesso. Por essa razão criamos esta enfermaria aberta”, disse Serena Chachuaio. Os internados participam de diferentes actividades ocupacionais.Apoiam a cozinha, na confeição de alimentos e na limpeza do recinto. Também realizam actividades como a carpintaria e avicultura.

A ignorância da família em relação ao seu papel fundamental no processo de recuperação do paciente, a pobreza e o estigma continuam sendo alguns dos factores que dificultam o processo de reintegração dos doentes ao seu ambiente familiar.

Normalmente a reintegração é feita em coordenação com outras entidades como o Ministério da Mulher e Acção Social. Este processo é levado a cabo quando o doente apresenta melhoria significativa.

Porém, facto preocupante é que alguns doentes reintegrados às suas famílias, retomam ao hospital ou interrompem a medicação diária o que afecta negativamente a sua saúde.

Hospital Psiquiátrico

de infulene vai à reabilitação

O Hospital Psiquiátrico de Infulene (HPI) beneficiará em breve de uma reabilitação com início previsto para o próximo mês de Novembro. O financiamento será assegurado pelo Ministério da Saúde.

Com capacidade para 260 camas, o HPI realiza atendimento em regime de internamento e ambulatório.

Possui três enfermarias (das quais duas de internamento de curta duração). A terceira é destinada a internamento de doentes abandonados.

 

Você pode também gostar de: