Em Moçambique existe uma cultura pós materialismo que se adensou com a perda do sentimento de certeza na sociedade, num quadro paradigmático e antiético que se expandiu à revelia da moral, sendo usada eficazmente da oposição política como arma contra a governação.Era de esperar que a economia de mercado na sua afirmação injectasse um protótipo dotado de mecânica quase virtual, contudo o estado de coisas exacerbaram-se a um nível esquizofrénico.
O estado democrático de direito vem sendo ideológicamente testado até ao limite, e ao governo tem se exigido cedências sem nexo, apesar de firmeza e transparência irrepreensível na lide dos negócios do estado.A democracia vive em estado de maturação, e à sua volta também gravita uma nova geração que pretende com a sua acção um protagonismo que lhe é devido, exigindo do estado, actores políticos à sociedade civil uma nova mentalidade de ver e viver a política, harmonizada em noções de valores aplicados a uma ética normativa sólida e moderna .
O presidente Armando Guebuza diz e bém“ que o compromisso com o país não se mede pela capacidade de instrumentalizar as pessoas.Estas palavras quanto a mim não se esgotam em comportamentos políticos, partidários, nem da sociedade civil.O fenónemo não pode ser olhado como normativo de conduta numa sociedade que pretende crescer harmonizada em elevados padrões éticos.O desafio é mais complexo do que isso.O eixo da dificuldade é obra de factores externos, um fenónemo cíclico que acontece sempre que o ocidente enfrenta dificuldades de grau elevado.A partir do momento a sociedade moçambicana foi inseminada como uma árvore rara de ardilosas inverdades, que se reproduziram em intrigas e fofocas mais depressa do que era esperado
Os eurocépticos e a extrema direita ganharam poder na Europa por as políticas dos governos europeus estarem fundamentalmente erradas, assim como a sua visão africana errada, por não procurar uma franca cooperação, mas percepcionada como na busca de restauração de novos processos de dominação do continente negro.A Europa governada por elites insensíveis a questões que afectam o cidadão,e vive uma crise de identidade, mas que têm os africanos a ver com isso? Há umas semanas houve um ataque contra um museu judaico no coração da CEE em Bruxelas, onde 3 pessoas lamentávelmente perderam a vida.Era só visto.De todos os quadrantes condenou-se e bém o acto terrorista ,e até o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, se manifestou condenando o terrorismo,….mas quando se trata de terrorismo em Moçambique fica tudo cinícamente de boca fechada.Dualidade de critérios.
Neste contexto os europeus não podem depois de réus querer ser juizes ao mesmo tempo.
Foi com espanto quando li que Rui Manchete, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, a dizer que Portugal gostaria de mediar o conflito que ôpoe o governo de Mocambique e Renamo.Logo de seguida as mesma palavras encontram eco positivo em Antonio Muchanga , da Renamo.Mocambique desfruta de uma capacidade de cooperaçãointernacional praticada no contexto regional e global, e quanto sei está empenhado no reforço dessa relações,com povos e países do mundo, contudo é bom que fique claro que em Moçambique nao existe nenhum conflito. A Renamo custe o que custar deve ser desarmada e parar de matar moçambicanos para ganhos políticos.O que existe é uma dificuldade de uma organização, a Renamo com extremas dificuldes em se transformar em partido político, e que tudo tem feito para subverter o percurso normal da democracia.
É partindo da permissa consubstanciada do fracasso da diplomacia portuguesa que transformou a Guiné Bissau num país ingovernável, Portugal seria o país menos recomendável para mediar qualquer diferendo existente.
Em Moçambique a motivação ideológica impôs aoprocesso político interno elementos novos altamente influenciados por factores externos que contribuíam para a plantação de árvores com os seus frutos silvestres saborosos ,por isso muito apelativos.Cristalizou-se a mentira como hábito, sendo esta consumida de forma superior pelos filhos dilectos da sociedade, mesmo sem se saber ao certo o nome do benfeitor.
Nos centros urbanos em especial jovens distraídos, foram os mais insáciaves pivots de uma cultura da desestabilização política, e que com o tempo assumiu contornos de militância.Nem se trata de motivações ideológicas, mas de mentalidade urbana, menos atreita a uma ordem do qual a um dado momento se sentiu dessintonizada com a ordem existente. A mentira massificada alterou o conceito de alguns jovens nascidos pós independência, e os nascidos após implantação da democracia por serem extremamente vulneráveis e receptivos a uma nova cultura. Esqueceram-se que a democracia foi uma conquista do povo;esqueceram-se fácilmente que foi o partido Frelimo a vencer o colonialismo, a guerra dos 16 anos, e a abrir as portas à economia de mercado. Compreende-se que haja por outro lado muita frustração quando há desemprego entre jovens, mas estes não podem preferir a mentira , mas conhecer as causas.Não se pode esquecer por exemplo que o estado continua o maior empregador do pais.A abstenção resulta de uma percepção de embuste ideologizado num vazio, que apenas o partido no poder pode e deve saber preencher..
A injeção de dinheiros estrangeiros ajudou a alterar o conceito de alguns cidadãos em relação ao estado; o estado benfeitor passou a ser olhado como insensível e egoista.
Seguiu-se uma campanha de destruição de carácter e fofocas , passando a ser fenónemo tipológico na difusão de uma cultura ditatorial capacitada em malhar na governação, intelectuais conotados com o partido Frelimo, orgãos de soberania, assim como os moçambicanos bem sucedidos na vida.Cidadãos idóneos e trabalhadoras honestos assim como seus familiares têm sido vítimas de insultos e escarneos da parte destes rafeirotes tresmalhados, e sem dignidade nem auto estima.
Mas apesar dos contratempos o governo tem gerido os assuntos do estado com afinco e serenidade, e a maioria substancial da juventude está de todo com o partido Frelimo.
O governo tem lutado contra esta cultura com vista a reduzir incertezas, e assemitrías de políticas, que resultam da falta de convergência ,entre classes menos esclarecidas e vulneráveis.A confiança dos jovens moçambicanos no partido Frelimo saiu reforçada.
O MDM não tem traquejo nem capacidade para governar.Trata-se de projecto marcadamente regional e de expressão quase tribal, e que apesar de apoios de ex-colonialistas para desacreditar o governo, nunca conseguiu polarizar o descontentamento gerado das manobras a seu favôr.A intervenção de Daviz Simango sobre a Lei que concede regalias aos deputados e presidente da república, é o exemplo de falta de tacto político e demonstração de desorganização dentro do partido que dirige.Alguma vez o MDM poderia assumir-se como alternativa à governação?Nem pensar.Quanto à Renamo teve sempre dificulades em submeter-se às regras do jogo democrático, e de acordo com o seu historial nunca ter deixado de assumir o papel de rebelde sem causa, porque filha de uma parto dificílimo de digerir políticamente para maioria dos moçambicanos.
Se aparentemente não existe uma hegemonia ideológica o sentido da conspiração apenas faz sentido quando analisada à luz de um ensaio à capacidade do governo e do partido Frelimo, em resistir ao desgaste, à hegemonia política , tendo em vista as eleições de Outubro próximo.O que a Renamo faz com o seus ataques (terrorismo) faz parte da mesma tentativa de desequilibrar o quadro democrático com ganhos a seu favôr, sem passar pelas urnas.De outro lado quer pôr em cheque o desenvolvimento económico, na idéia de polarizar o descontentameto, para punir políticamente o governo e o partido Frelimo.
Não importa a quantidade de simpatizantes, mas a qualidade de membros.O partido Frelimo deve ser mais rigoroso na questão de admissão a membros do partido, como forma de evitar a infiltração maciça de oportunistas.Nos últimos anos aderiram ao partido pessoas cuja identificação com o programa e filosofia do partido Frelimo é inexistente ou nenhuma.
O Partido Frelimo aglutina várias sensibilidades, desde a esquerda ao centro político,sendo nesta fusão de concepções político filosóficas que o ideal do partido é reforçado no seu patriotismo ao serviço da Pátria amada.Se para o partido Frelimo e para o governo a primazia é vencer a pobreza, aos adversários internos e externos do partido convêm-lhes dificultar a missão, assim como impedir que o partido continue a ser o ponto firme na difusão da cultura patriótica, ou dificultar o governo no cumprimento das metas económicas e sociais, estipuladas na governação.
A luta Continua!
Inácio Natividade