O grupo salafista djihadista Ansar Asharia, classificado pelo Governo líbio como “grupo terrorista”, ameaçou lançar na Líbia uma guerra similar à que está em curso na Síria, 12 dias após o lançamento, pelo general aposentado Khalifa Haftar, da operação militar “Karama” para lutar contra o terrorismo no país.
Num comunicado lido por Mohamed al-Zahaoui, responsável do Ansar Asharia em Benghazi (leste da Líbia), o grupo promete ao general Haftar um fim similar ao de Muamar Kadafi e qualifica a operação « Karama » de cruzada contra o islão.
O general Khalifa Haftar que ambiciona livrar a Líbia dos grupos terroristas e extremistas, obteve largos apoios nos meios líbios, nomeadamente no seio das Forças Armadas.
Ele pediu ao Alto Conselho da Magistratura para formar um Conselho Presidencial composto de civis para conduzir a transição até à eleição dum novo Parlamento, a 25 de Junho de 2014.
Haftar afirmou sábado (24) que ele foi mandatado pelos líbios através de numerosas manifestações em apoio à sua operação em várias cidades do país.
Durante uma conferência de imprensa, terça-feira, em Benghazi, al-Zahoui viu atrás da operação « Karama » a influência dos Emirados Árabes Unidos, da Arabia Saudita e do Egito, e advertiu os Estados Unidos contra qualquer ingerência na Líbia.
"Haftar iniciou a batalha, mas são os Ansar Asharia que porão um termo similar ao de Muamar Kadafi », ameaçou.
Os observadores afirmam que o Ansar Asharia, classificado pelos Estados Unidos na « lista negra », desvendou o seu verdadeiro programa através das declarações do seu líder, Mohamed al-Zahaoui, que anunciou claramente a sua rejeição da aspiração dos Líbios à construção dum Estado de Direito e de instituições baseadas na alternância pacífica no poder sem exclusão nem marginalização e, pelo qual, eles se revoltaram contra o antigo regime ditatorial.