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Para que todos fiquemos a ganhar

Por admin

Neste nosso país, sucedem situações que parecem cenas de um filme surrealista. E que se não tivessem honra de notícia impressa seriam difíceis de acreditar. Nas, acontecem e em Moçambique. Referindo-se a caso recente registado no distrito de Magude, o “Notícias” (edição da passada quarta-feira, página 5) titula que Agentes da FIR comandam assaltos.

 E, escreve que Dois agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) estão detidos indiciados de liderar uma quadrilha de assaltantes à mão armada que realizava incursões em diferentes pontos do distrito de Magude, na província de Maputo. Acrescenta o matutino que Com os dois agentes da FIR foram apreendidas duas pistolas. Segundo apurámos, os agentes em causa saíam do quartel da FIR na cidade de Maputo, para se juntar a outros três comparsas, no caso um ex-agente da Polícia de Protecção que desertou em 2011; um antigo motorista de “chapa” que se encarregava de conduzir a viatura usada nos assaltos e um quinto indivíduo residente na região, habitualmente encarregue de fazer reconhecimento e identificar as potenciais vítimas da acção do grupo. Somos também informados que Nos últimos assaltos havidos na semana passada, o grupo escalou duas residências, uma das quais pertencentes a um curandeiro na zona de Mapulanguene, onde a quadrilha roubou 110 mil meticais.

Sem necessidade de fazer mais transcrições para a compreensão do caso, importa colocar algumas questões. A primeira relaciona-se com o saber-se como é feito o recrutamento das pessoas para ingressarem na PRM, no geral. Quais os critérios. Uma vez que a sua formação custa dinheiro ao Estado. Dinheiro dos nossos impostos. E que acaba por ser dinheiro gasto sem qualquer benefício. Quer dizer, pagamos para formar pessoas que nos possam defender e são essas pessoas que com fardas e armas pagas pelo Estado nos assaltam e nos roubam. Ficamos sem saber quem protege, quem defende o cidadão e a sua propriedade, os seus bens. Questão não menos importante é que parece demasiado fácil sair do quartel ou da esquadra com farda e arma. Perante esta realidade que, certamente, a ninguém interessa nem tranquiliza parece que deve ser colocada, mais uma vez, a questão da necessidade de purificação das fileiras das diferentes polícias. Queremos poder acreditar que assim irá acontecer. Para que todos fiquemos a ganhar.

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