As políticas públicas que foram implementadas pelo Governo nos últimos dez anos vão ao encontro daquilo que eram os principais anseios da população. Quem assim conclui é o Presidente da Republica (PR), Armando Guebuza, no rescaldo da sua visita de trabalho à província de Nampula, no âmbito da Presidência Aberta e Inclusiva (PAI).
Esse facto, segundo Guebuza, pode ser avaliado pela reacção positiva de populares nos comícios e outros momentos de interação com as autoridades locais o que representa “um verdadeiro estímulo e um gesto que cala fundo no meu coração”.
Na essência, segundo o Chefe do Estado, a população dos diferentes distritos visitados na província de Nampula transmitiu mensagens que para além de enaltecerem as realizações do Governo, nos vários domínios, sublinham o facto de “a política socioeconómica que foi seguida ao longo destes quase dez anos ter correspondido aquilo que se queria”.
Aliás, nos encontros mantidos com a população, o Chefe do Estado realçou ainda o facto de os moçambicanos terem demonstrado ao longo dos últimos dois mandatos da sua governação que “quando decidem melhorar as suas condições de vida, eles fazem-no de forma determinada e alcançam esse objectivo”.
Conforme referiu Guebuza, a construção de um país não é e nem pode ser encarada como um projecto acabado pois “é todo um processo que mostra o crescimento ou uma certa evolução da nossa situação anterior para um estágio bem melhor das nossas vidas”.
“Apesar das conquistas alcançadas, ainda temos muitos desafios no nosso país, os quais, gradualmente, vamos superando. A pobreza, por exemplo, continua a ser um dos maiores desafios que temos de vencer no nosso país. É verdade que hoje somos menos pobres que no passado. Temos energia elétrica, agora muito bem expandida, mas ela ainda não abrange, infelizmente, todas as casas. Temos a telefonia móvel cada vez mais abrangente, mas os telefones ainda não chegam para todos, apesar de estarem a baixar de preço no mercado nacional”, elucidou Guebuza, para quem aquilo que os moçambicanos conseguiram até aqui é uma boa base para alcançar o que se projectou fazer no futuro.
“Trabalhei quase dez anos com todos moçambicanos e nesse período tive a oportunidade de ouvir as vossas mensagens expressas sob forma de canto e dança, as vossas críticas, os vossos conselhos, etc. Aprendi muito deste contacto constante entre nós. Vários foram os elementos da população que indicaram as transformações positivas que foram operadas nos últimos dez anos sem deixarem de falar igualmente dos desafios que ainda se colocam pela frente. Por isso, quero do fundo do coração agradecer as lições e conselhos que me deram nesse período”, foi com estas palavras que Guebuza despediu-se dos citadinos de Nampula e arredores num comício popular realizado no populoso bairro Namicopo.
O Presidente fez questão de explicar ainda à população que dentro de alguns meses irá deixar de exercer as funções de Chefe do Estado, tendo para o efeito o seu partido reunido e escolhido alguém que irá concorrer à sua sucessão na condução dos destinos do país.
Depois de apresentar o candidato da Frelimo às eleições de 15 de Outubro próximo, Filipe Jacinto Nyusi, o Presidente Guebuza afirmou que o candidato do seu partido irá naturalmente “continuar com os trabalhos que iniciamos e continuará a aprender do povo. Ele sabe que o povo ensina maravilhas que às vezes até são difíceis de interpretar, mas quando fazemos o que corresponde à vontade e satisfação do povo, temos resultados maravilhosos”.
“Temos um candidato que gosta do povo, respeita o povo, trabalha com o povo e quer desenvolvimento deste país e tudo isso para o bem do povo. Este nosso candidato, Filipe Nyusi, tem plena consciência que não sabe tudo e, por conseguinte, está pronto para aprender com o professor que se chama povo, porque só dessa maneira irá ter lições e conselhos que garantam o desenvolvimento do nosso país”, frisou Armando Guebuza.
Num outro momento, o Chefe do Estado destacou a unidade nacional como um valor incontornável no processo da construção do país. “É por isso que nós sempre falamos de unidade e não deve ser cansativo para nós repetir a necessidade do reforço da nossa unidade nacional, porque este é um valor que diz respeito a todos os moçambicanos do Rovuma ao Maputo e onde eles se encontrem”.
“As diferenças que existem entre nós, porque falamos línguas diferentes, porque temos hábitos culturais diferentes, porque viemos de lugares geográficos diferentes, porque professamos religiões diferentes, não devem, de modo algum, constituir um problema, mas sim a solução de quaisquer problemas que surgirem entre nós. Essas diferenças, na verdade, definem a nossa moçambicanidade”, apontou Guebuza.
Segundo Armando Guebuza a moçambicanidade “é essa mistura que se confunde e nos torna um povo forte , que vibra perante a sua bandeira multicolor, vibras perante o seu hino nacional, ou seja, um povo que sabe que tem uma comunhão de destinos e que trabalha arduamente para poder realizar os seus objectivos”.
José Sixpence
Fotos de Inácio Pereira