Seis garimpeiros ilegais perderam a vida, há dias, na sequência do desabamento de uma mina de ouro no povoado de Chimedza, localidade de Chitunga, posto administrativo de Mavonde, distrito de Manica.
Entre as vítimas estão dois cidadãos de nacionalidade moçambicana e quatro zimbabueanos que tiveram morte instantânea a cerca de 15 metros de profundidade de uma “mina” de ouro.
Trata-se de Goden António Sitaio (28 anos de idade) e José João Daniel (34 anos), moçambicanos naturais dos distritos de Manica e Machaze. Os cidadãos zimbabueanos falecidos são: Corenzi Zviwayo (26 anos), Nyasha Makoto (28 anos), Maksili (30 anos) e Lourenço Sibanda (31 anos).
Testemunhas ouvidas pela nossa Reportagem no local do acidente contaram que aqueles cidadãos perderam a vida depois de terem sido informados pelo proprietário da “mina” que no local já não havia mais minerais preciosos, porque acabava de ser explorada por outros garimpeiros locais.
Sem querer obedecer às recomendações dadas pelo referido dono da área de exploração mineira, oito indivíduos fizeram-se ao interior da “mina” e, na tentativa de extrair mais ouro, os solos desabaram. Duas pessoas saíram ilesas.
O secretário do policiamento comunitário local, Ernesto Naissone, referiu que as oito pessoas estavam dentro de três minas que se comunicam entre elas em forma de túnel numa profundidade de aproximadamente 15 metros.
No local da ocorrência do acidente existem mais de cem minas exploradas por dezenas de garimpeiros. Ernesto Naissone explicou que o processo de resgate das vítimas iniciou cerca das dez horas e terminou por volta das 16 horas.
Informações colhidas no local indicam que a exploração de ouro é praticada em quase toda zona de Chimedza e regiões circunvizinhas. A actividade, considerada bastante rentável, é feita por indivíduos de todas idades e sexo que muito cedo abandonam o ensino.
Cada grama de ouro é vendido a mil meticais. Numa semana, cada garimpeiro consegue entre 30 a 40 gramas de ouro, segundo depoimentos de próprios exploradores.
O representante da Direcção Provincial dos Recurso Minerais e Energia no distrito de Manica, António Paulino, aponta a insegurança das “minas” como principal causa de mortes relatadas naquela região. Explicou que as mesmas se encontram desprovidas de pilares de segurança nas frentes de extracção, uma vez os raios entre as covas é mínimo.
Paulino disse que com a morte destes garimpeiros sobe para oito o número de vítimas em dois acidentes registados este ano. O primeiro caso ocorreu em Fevereiro matando duas pessoas e ferindo outras.
A mesma fonte referiu que no ano passado foram notificados oficialmente seis acidentes e igual número de mortos.
Domingos Boaventura