“Foi com pesar que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tomou conhecimento do falecimento do grande capitão. Quando cheguei ao Benfica fui recebido pelo Senhor Coluna. Tinha um trato especial pelos jovens, vinha-nos aconselhar, dizia, miúdos, vão sempre pra frente, trabalhem.
Era um exemplo de trabalho, de profissionalismo, era de facto um líder incontestável.
Um desportista de excelência, não só no futebol, que fez encher e vibrar estádios onde jogou, mas também noutras modalidades como no atletismo e no salto a altura.
No futebol fez juz à alcunha com que muitos o tratavam, um verdadeiro Monstro Sagrado. Um exemplo para todos aqueles que gostam de futebol.
Conquistou para Portugal o melhor lugar de sempre num Campeonato do Mundo, o terceiro lugar.
Em dez anos só houve um jogo de selecção nacional em que ele não participou. Portanto, era um jogador assíduo, sempre presente. Era jogador de 90 minutos.
Numa carreira recheada de êxitos, recordo o companheiro, o amigo. A serenidade fez dele um dos três maiores futebolistas portugueses nascidos em Moçambique, em conjunto com Eusébio e Matateu.
Sentia um enorme orgulho em vestir a camisola do Benfica e da selecção nacional. Após o processo de descolonização, decidiu reencontrar-se com as raízes e contribuir para a construção dum novo país. O grande capitão representou ao mais alto nível as cores de Portugal, foi um extraordinário futebolista, um símbolo maior do futebol português, mas foi também depois de deixar os relvados, um símbolo maior do futebol moçambicano.
Obrigado Senhor Coluna, foi de facto muito importante para o futebol português e para Moçambique”.