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País importa 45 mil viaturas por ano

Por admin

Moçambique importa cerca de 45 mil viaturas por ano, das quais apenas dez por cento (4.500) são Zero Quilómetro, aponta um levantamento feito pela Associação de Importação e Distribuição de Automóveis de Moçambique (AIDAM), entidade que congrega 14 empresas e representantes de marcas que operam no mercado de venda e assistência de viaturas de “primeira mão”.

Segundo Nuno Sousa, presidente desta agremiação, o mercado automóvel nacional denota maturidade por incorporar os segmentos de venda de carros novos e usados mas, peca por não possuir instrumentos regulatórios da importação de viaturas e peças usadas, sobretudo no que se refere à idade e ao estado das mesmas.

Se queremos ter segurança rodoviária e acautelarmos a questões ambientais precisamos regulamentar o sector. Estas matérias devem ser discutidas de forma aberta e pelas mais variadas sensibilidades pois, pela experiência que temos, está claro que a partir do quinto ano de circulação de uma viatura, o desgaste acentua”, disse.

Segundo Nuno Sousa, aquando da apresentação da AIDAM, há cerca de um ano, houve a impressão de que esta colectividade pretendia fazer “lobbie” junto do governo para banir a importação de viaturas e peças usadas. “Isso não corresponde a verdade, tanto mais que operamos num mercado específico e com características próprias”, sublinha.

Mesmo a propósito disso, Dalila Tsihlakis, membro da AIDAM, sustenta que o que se pretende, em suma, é proteger o consumidor pois, algumas viaturas são importadas e, em dois meses de circulação, apresentam deficiências mecânicas. “Os vendedores não assumem a responsabilidade e a conclusão a que se pode chegar rapidamente é de que em parte se está a importar lixo”.  

Para Dalila, o mercado de venda de viaturas novas é bastante pequeno mas, goza do privilégio de contar com clientes “premier” ou “corporate”, nomeadamente instituições do Estado, bancos e empresas privadas, “pelo que a importação de viaturas usadas não nos afecta directamente”, disse.

Com efeito, e segundo dados disponíveis, durante o ano passado, as empresas filiadas à AIDAM comercializaram cerca de seis mil viaturas “Zero Quilómetro”, sendo que parte expressiva deste lote era composto por camiões, o que resulta do aumento dos investimentos em diversos sectores económicos, com particular destaque para o sector mineiro.

Como prova de que o negócio desta categoria de empresas continua a pulsar, a Ronil, uma das empresas do ramo, lançou há dias a última versão do BMW X5 que apresenta inovações que incluem um sistema electrónico que permite que a viatura estacione sem a intervenção do automobilista (parking assistant), condução por sistema de satélite, televisão a bordo, entre outros itens de segurança e controlo de derrapagem.

Governo repensa sector

de transporte rodoviário  

Perante a “febre” de importação de viaturas para uso individual, a Direcção Nacional de Estudos e Projectos (DNEP) do Ministério dos Transportes e Comunicação (MTC) está a percorrer o país para apresentar a sua visão sobre como deve ser o sector de transporte rodoviário.

Trata-se de um ambicioso e “sonhador” projecto que visa reconstruir a indústria do transporte público auxiliar, vulgo “chapas” e que tem como objectivo reduzir o número de “chapas” de tipo mini-bus para, no seu lugar, introduzir autocarros.

A iniciativa consta da Estratégia de Desenvolvimento Integrado do Sistema de Transportes que está a ser disseminada pela DNEP do MTC e que prevê a introdução de um sistema de concessão de rotas no âmbito da implementação do Bus Rapid Transit (BRT), o equivalente a vias de rápido trânsito para autocarros.

Por outras palavras, o MTC pretende que algumas vias urbanas sejam refeitas para criar espaço exclusivo para a circulação de autocarros, ao estilo do que acontece nas grandes metrópoles europeias, como Genebra, na Suíça, onde tem os tais BRT, vias para passagem de eléctricos, viaturas, ciclovias e passadeiras.

Visto no papel, o projecto é de encher a água na boca pois, inclui a ideia de apoiar o crescimento das associações de transportadores e facilitar a criação de empresas de Transporte Publico Urbano, desenvolver capacidades para o sector de manutenção de frota e desenvolver a capacidade dentro do governo local por forma a planear as rotas e serviços de transporte público.

A DNEP do MTC também quer ver desenvolvida a capacidade das empresas municipais de transportes e dos operadores do sector privado por forma a operar de forma eficaz para alcançar os padrões de qualidade, implementar a estratégia de manutenção de frota, renovar a frota de autocarros, determinar especificações adequadas dos serviços urbanos de transportes e implementar a estratégia de renovação gradual da frota por forma a manter níveis aceitáveis de oferta de serviço.

Fala-se ainda da necessidade de se reorganizar as rotas de transporte público, desenvolver redes de rotas ideais a curto-prazo, determinar os tipos e números de autocarros necessários para curto e médio-prazo e criar uma entidade reguladora dos serviços de transporte público na área de Grande Maputo.

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