- No acto de inauguração, a escritora destacou o interesse de Varsóvia pela literatura africana
Foi inaugurada na Universidade de Varsóvia, na Polónia, uma cátedra construída em homenagem à escritora Paulina Chiziane e que leva o seu nome, em reconhecimento ao seu contributo na literatura lusófona e não só.
A distinção oferece um espaço para a pesquisa académica das obras de Paulina Chiziane, a primeira mulher negra africana a vencer o Prémio Camões de Literatura.
“A cátedra surge no âmbito do Prémio Camões, porque todas as pessoas que já receberam prémio, em princípio, tiveram cátedras em diferentes universidades dedicadas a elas como uma forma de imortalizar o nome dos laureados e o próprio Prémio Camões”, declarou ao domingo a escritora, que está em Varsóvia, onde, no dia 16 de Outubro, além de inaugurar a cátedra, orientou uma palestra subordinada ao tema “A literatura como espaço de negociação de identidade”.
“No meu caso, sou a primeira negra, a primeira africana a receber tal mérito e houve antes muitas outras pessoas que receberam Prémio Camões, mas uma negra e mulher sou a primeira e acho que é um grande prémio, uma grande prenda para nós africanos e especialmente para os moçambicanos. Isso acontece pela primeira vez e estou emocionada”, acrescentou.
Para Paulina Chiziane, a recepção na Polónia “foi surpreendente”, devido ao interesse que aquele país tem para com a literatura africana, no geral, e moçambicana, em particular, que lhes ajuda a conhecer melhor o continente.
“Usar a literatura para negociar identidade é mesmo isto, eu vindo da minha aldeia, escrevi as minhas coisas, as estórias e histórias do meu povo, negociei essa identidade que finalmente foi reconhecida e foi levada a tão alto nível dentro dos países falantes da língua portuguesa e fora desses países”, destacou Chiziane. Leia mais…