São conhecidos como Katembe Band. Surgiram no final do ano passado e mesmo assim já arrastam uma “legião” de fãs. Segundo contam, a sua inserção no mundo musical deve-se ao facto de quererem levantar o nome da KaTembe, mostrar que pode ser feita boa música e também entreter os que lá vivem, e não só.
Trata-se dos jovens Fernando Valoi (baterista), Jorge (viola ritmo), Custa´Fire (vocalista), Ivete (vocalista), Gito Bass (baixista) e Dalas (corista), residentes naquele distrito municipal, com idades compreendidas entre 23 e 39 anos, que decidiram unir-se e, com meios próprios, procurar o seu espaço no mundo das artes e cultura moçambicana.
A banda, que tem como estilo musical o “afro jazz”, estreou-se durante um evento organizado para o público da KaTembe. Segundo o líder da banda, Fernando Valói, foi com o convite que receberam para actuar naquela cerimónia que começaram a encarar essa actividade com mais seriedade e determinação.
“Na verdade foi aquele projecto (que consistia em trazer à Katembe música original, ou seja, que fugisse do play back e DJ) que nos ajudou a dar o salto que precisávamos. É que quando recebemos o convite intensificamos os ensaios e começamos então e exigir muito mais de nós”, disse Valói.
Acrescentou que“após a nossa primeira aparição, sentimo-nos mais motivados a trabalhar. Obtivemos uma boa reacção do público e fomos recebendo mais convites para actuar em outros locais da KaTembe.”
LANÇAMENTO
DE DISCO SEM DATA
O grupo ainda não tem nenhum disco por falta de condições financeiras.
“Agora o essencial para nós é trabalhar e mostrar o que sabemos fazer para alegrar as pessoas. Dedicamo-nos igualmente à preparação das nossas músicas para, quando tivermos oportunidade, gravá-las e lançá-las no nosso disco.”
Segundo disseram os membros do grupoKatembe Band, que almejam um dia estarem ao nível de algumas bandas nacionais bem como internacionais, disseram que brevemente poderão passar a actuar pelo menos uma vez por semana numa das casas de pastos daquele distrito municipal, com vista a difundir mais a sua música.
“ESTAMOS SEM PATROCÍNIO”
Tal como muitos músicos do país, os jovens da KaTembe também têm as suas dificuldades, sendo que uma das maiores é a falta de sponsors. Na entrevista ficamos a saber que, sempre que tentam abordar este assunto com pessoas que poderiam ser os prováveis patrocinadores, nunca obtêm resposta.
“Já falamos com algumas empresas e individualidades mas nenhum mostrou-se disponível. Sobrevivemos pelo nosso próprio esforço, mas acreditamos que com mais trabalho possamos um dia ter alguém que aposte em nós”, referiram.
No entanto, essa não é a única dificuldade do grupo. Debate-se, igualmente, com a falta de espaço para ensaios. A banda depende da casa da família de Fernando Valói, um dos seus integrantes, facto que é de certo modo constrangedor, pois, segundo afirmam os membros da Katembe Band, ali não têm todas condições necessárias.
