As Ciências Sociais e Humanas jogam um papel fundamental na dinâmica da concertação das nações no mundo global. São elas que criam a visão, estabelecem as estratégias e desenvolvem ideologias. São elas que em última análise podem influenciar as tendências de governação política, qualquer que ela seja. Este é o posicionamento do académico Lourenço do Rosário apresentado na manhã de hoje, em Maputo, durante a abertura das jornadas científicas da Universidade Eduardo Mondlane, que decorrem sob o lema “Fortalecendo a Investigação em Ciências Sociais e Humana rumo ao Jubileu da Independência Nacional”.
Do Rosário, que desenvolveu o tema “Desafios da Investigação em Ciências Sociais e Humanas rumo ao desenvolvimento”, destacou que ao lhe ser lançado este repto é, também, um reconhecimento de que as ciências sociais e humanas são um factor de desenvolvimento. Acrescentou, a propósito, que “são as faculdades de ciências sociais e humanas que criam a vaga de opinião do preconceito do ódio, mas também da harmonia, da compaixão e por que não da dinâmica de boa cooperação internacional e convivência entre os povos”.
Entretanto, ressalvou que “não quero com isto afirmar que o papel das ciências naturais e tecnológicas seja meramente instrumental”. No entanto, indicou que “sem uma dose do domínio das valências do domínio das ciências humanas a governação pode criar infra-estruturas, escolas, hospitais que são completamente desadequadas” para o uso a que se destina. Por esta razão, explicou “esta minha afirmação repassa para os meus colegas das ciências sociais e humanas que é hora de assumirem que para haver uma boa rede de estradas, uma boa gestão das infra-estruturas educacionais ou hospitalares, uma boa estratégia de comunicação, os nossos responsáveis de governação devem, em primeiro lugar ter em conta o saber produzido por nós. Eles devem consultar… são investigações das ciências sociais que moldam o seu olhar sobre os factores instrumentais”, anotou.
