O mais jovem presidente eleito de um país africano, Bassirou Diomaye Faye do Senegal, dissolveu, semana passada, a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas para o próximo mês de Novembro. Na sua comunicação à nação, Faye justificou a sua decisão pela necessidade de “pedir ao povo soberano os meios institucionais que [lhe] permitiriam dar substância à transformação sistémica que [prometeu]”. Eleito ao cargo de presidente há seis meses, Faye estava a governar o país sem ter o controlo do parlamento, uma vez que o partido a que pertence, o PASTEF (Patriotas Africanos do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade), não conseguiu garantir a maioria. Ao que tudo indica, os parlamentares da oposição “dificultaram” o alcance da sua agenda governativa, o que levou Faye a dissolver a “casa do povo”. É caso para dizer que “sabotaram a agenda governativa, o presidente tirou-lhes o emprego”.
Bassirou Faye, de 44 anos, era um candidato “anti-sistema” que chegou ao poder após vencer o candidato da coligação governante no passado mês de Março. A sua ascensão ao poder resultou da ampla frustração dos jovens do Senegal com o rumo que o país estava a tomar. Havia se criado a percepção de que, num país cuja população é maioritariamente jovem, vários líderes queriam se agarrar ao poder por várias décadas. Aliás, o então presidente, Macky Sall, era acusado de tentar silenciar a oposição, visto que jovens opositores, como Ousmane Sonko e o actual presidente Faye, tinham sido encarcerados quando se aproximavam as eleições. Aliás, a vitória eleitoral de Faye ocorreu pouco menos de duas semanas após este ser libertado da prisão, facto que eventualmente terá contribuído para o resultado eleitoral do PASTEF que não conseguiu tomar o controlo do Parlamento. Leia mais…