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“Mambas” procuram três jogos antes do CAN-Interno

Por admin

A Selecção Nacional de Futebol “Mambas” segue amanhã para Cape Town, África do Sul, onde vai cumprir o penúltimo estágio de preparação da fase final do Campeonato Africano das Nações para jogadores internos (CAN – Interno), a decorrer naquele país a partir de 11 de Janeiro de 2014.

Depois de averbar uma derrota por duas bolas a uma, domingo passado, frente ao Zimbabwe, em Bulawayo, os “Mambas” cumpriram na pretérita semana sessões de treinos no relvado do Estádio 1º de Maio/SdandardBank.

Foi naquele palco que domingo conversou com o seleccionador nacional de futebol, João Chissano, o qual, mostrou-se satisfeito com a evolução da preparação do combinado nacional.

O técnico diz ter bastas razões para sorrir, pois, conforme sustenta, tem o principal que um treinador pode querer e desejar: a entrega total dos atletas.

A principal preocupação do seleccionador nacional é a falta de jogos que confiram maior competitividade aos atletas, atendendo que na competição da África do Sul Moçambique vai cruzar com oponentes cujos campeonatos nacionais estão em disputa.

Melhor mesmo é seguir a conversa mantida com João Chissano para uma melhor compreensão do estágio actual da preparação da Selecção Nacional de Futebol.

UM ESTÁGIO

DUAS DERROTAS

Os “Mambas” acabam de terminar mais um estágio e nos dois jogos realizados perderam. Como foi este estágio na África do Sul?

Fizemos dois jogos, um frente a Namíbia outro contra o Zimbabwe. Foi um estágio proveitoso, cuja meta era a observação, mas também foi competitivo porque englobava jogos. Fizemos um trabalho geral de observação de jogadores que ainda não actuaram pela selecção nacional, foram experimentados fora do país e tiramos ilações boas. É um processo ainda em curso para sabermos com quem podemos contar e como, considerando as características deste jogo que é o futebol.

Que diferenças encontrou nos dois jogos?

Notamos algumas, no segundo jogo, por exemplo, os atletas estavam ligeiramente com mais ritmo comparativamente ao primeiro contra a Namíbia, porque também aquele foi realizado dois dias depois da jornada do “Mocambola”. Na Namíbia jogamos num piso sintético e no Zimbabwe numa relva natural, embora num piso alto, que tornou a nossa mobilidade difícil, ainda assim fizemos um bom jogo.

Está feliz com a resposta dos jogadores?

Estou feliz sobretudo com aqueles que nunca antes tínhamos observado a jogar pela selecção nacional. Também estou feliz pela entrega total de todos. Estrearam-se pela selecção jogadores como Daúdo, Barrigana e Belito que jogou a ponta de lança. Nelito e Moniz, do Ferroviário da Beira, infelizmente não viajaram porque não tinham passaportes em dia, e só por isso falharam a estreia pela selecção nacional. Para Cape Town já podem viajar porque o problema foi ultrapassado.

Que explicação tem para aqueles que pensam que é tarde demais para estar a observar jogadores quando falta menos dum mês para o CAN-Interno?

Se reparar, dos 27 atletas seleccionados, 22 já tomaram parte na campanha de qualificação, aumentamos um pouco mais para caso a caminho do CAN-Interno tivermos necessidades. Não significa que não temos a base, mas temos que saber com quem contar e como. Nota que nos dois jogos, por exemplo, Imo jogou a lateral direito e João Mazive a defesa central.

O que pretende com esses ensaios?

O futebol é um jogo de emergências, que exige reacções rápidas e em função disso estamos a fazer algumas mexidas e determinadas experiências para quando chegarmos sabermos responder a eventuais emergências.

REGRESSO A ÁFRICA DO SUL

Na segunda-feira iniciam outro estágio em Cape-Town. O que pretende desta vez?

É um estágio de continuidade, à meias específico e geral, e também de adaptação ao meio onde vamos jogar. Quando chegar a vez da competição, não nos queremos sentir estrangeiros, numa cidade estranha, num ambiente estranho, queremos conhecer bem onde vamos jogar no dia 11 de Janeiro frente a África do Sul, no nosso primeiro jogo.

Neste período, informou-se mais dos adversários de Moçambique?

Temos informação, sobretudo do adversário que entendemos ser o mais forte, que é a África do Sul, cuja selecção principal, tem a sua espinha dorsal em jogadores que actuam na PSL, a primeira liga sul-africana. Acompanhamos os trabalhos da selecção e também dos jogadores nas suas equipas. Temos assistido o campeonato local da Nigéria. E o Malí, apesar de haver gente a defender que vale por jogadores que estão fora do país, tem uma selecção muito forte. Se eles exportam muitos jogadores, isso significa que produzem mais que nós. É falsa teoria dizer que a Nigéria e o Malí valem por jogadores que actuam fora do país, porque na forja eles têm sempre bons jogadores à espera de ir actuar na Europa.

Os nossos jogadores chegam ao CAN – Interno com o “Moçambola” terminado, enquanto outras selecções tem seus campeonatos ainda em curso. Esse factor é vantajoso ou não?

Uma das razões que nos levou a não dar férias aos jogadores foi para manter-lhes em actividade. Também planeamos jogos, embora reconheçamos que são amigáveis, não oficiais. A África do Sul terá um ritmo mais forte, nós pretendíamos fazer no mínimo um jogo por semana, se possível dois, porque o ritmo adquire-se jogando a sério. O nosso plano de preparação visa colmatar um pouco esta situação, por isso em Cape Town esperamos realizar dois jogos com selecções que não fazem parte do nosso grupo, que deverão também estar na África do Sul em estágio.

Qual é o sector que ainda preocupa?

Basicamente o meio-campo, que é responsável pelas transições que queremos fazer no jogo. Na situação de defesa-ataque temos que reagir rápido a atacar, e no ataque-defesa devemos saber reagir bem a perca da bola, não podemos estar distraídos quando eles ganharem a bola, o meio-campo é determinante nesses movimentos.

DOIS JOGOS ADIADOS

Depois de falhar o jogo com a Suazilândia, seguiu-se o adiamento doutro com a Líbia. Que se passa, afinal?

O jogo contra a Líbia, em Marrocos, pode ter lugar antes do fim do ano. Infelizmente não foi possível devido a algumas dificuldades financeiras da própria federação.

Está satisfeito com as condições de preparação oferecidas pela federação?

Estamos satisfeitos com as condições de trabalho, mas na fase final há que melhorar alguns aspectos, que devem estar à altura da própria prova. O CAN-Interno é uma prova importante que deve ser encarada como tal.

Continua a pensar que Moçambique é um outsider neste grupo?

Julgo que continuam a olhar-nos dessa forma e é bom porque isso nos pode catapultar para outros voos. Tenho certeza absoluta que no jogo contra a África do Sul, eles vão entrar com muito mais pressão do que nós.

Porquê?

A PSL não se compara com o “Mocambola” em todos aspectos, o investimento deles no futebol é muito maior. A África do Sul vai jogar em casa e não ganha uma competição africana há mais duma década. Eles são os favoritos, os melhores, sentimos isso também na eliminatória contra Angola e açamos saindo por cima.

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