Ricardo Rangel foi um homem atento, sensível, apaixonado pela vida, dignidade e liberdade humana. Averso à injustiça, fez questão de documentar e denunciar, através do seu olhar de lince, as atrocidades e desigualdades sociais e culturais instaladas pelo sistema colonialista. Tal ousadia fê-lo alvo de perseguição do opressor. Teve as obras controladas e censuradas.
Ainda assim, Rangel, primeiro repórter não-branco a fazer fotografia no país, jamais se manteve impávido às barbáries. Continuou a lutar e os resultados da sua contribuição e de outros mais não tardaram a chegar: a 25 de Junho de 1975, Moçambique alcançou a sua independência total e completa.
Naquele dia especial, Ricardo Rangel lá estava para testemunhar o grande acontecimento. Fotografou o momento em que bandeira colonialista foi arriada, para depois eternizar o içar da bandeira do povo que ajudou a alcançar o que tanto apregoava: liberdade.
Ora, é parte destes registos memoráveis que se podem ver na exposição “A Fotografia como Marca da História”, em exibição desde o dia 19 de Agosto, na Fortaleza de Maputo, em celebração do Dia Mundial da Fotografia.
Mas, há mais. Rangel também cristalizou a assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, em Roma. Afinal aquele era um acto que vinha pôr fim às violências que ele, Rangel, tanto combatia através da sua arte. Leia mais…