TEXTO DE ALBERTO ZUZE
Na V Reunião Nacional da Juventude, realizada na semana finda, entre os dias 15 e 17, no distrito de Vandúzi, província de Manica, que contou com a participação de cerca de 1500 jovens de todo o país, a presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Emília Chambal, realçou o comprometimento crescente dos jovens na busca de soluções para os desafios que afectam a sua geração.
Na abertura do evento, o Presidente da República, Filipe Nyusi, enfatizou a importância da juventude no desenvolvimento de Moçambique. Destacou que a sua contribuição não é recente, lembrando que “foi a juventude que libertou o país, e é ela que defende cada metro quadrado deste país… é por isso que Moçambique espera o melhor da sua juventude hoje e sempre”.
Jovens vítimas do terrorismo
merecem homenagem
Na ocasião, Nyusi instruiu a Secretaria de Estado da Juventude e Emprego (SEJE) a prestar homenagem às vítimas do massacre de Xitaxi, distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado, ocorrido a 6 de Abril de 2020, quando um grupo de 50 jovens se recusou a juntar-se aos terroristas.
Explicou com tristeza que foram forçados a unir-se aos insurgentes, mas resistiram, sendo sumariamente executados.
“Eles foram alinhados e os terroristas disseram que se não se juntassem a eles, seriam eliminados, resultando na execução sumária de 50 jovens no mesmo local”, detalhou.
OPORTUNIDADE ÚNICA
Ao avaliar os temas discutidos, como emprego, educação, saúde, governação e ambiente, a presidente do CNJ destacou que serviram de base para a elaboração da Declaração de Vandúzi, um documento que reflecte os compromissos dos jovens em prol do desenvolvimento do país.
Alguns participantes do encontro consideraram que “foi uma oportunidade única para nós, jovens, nos unirmos em torno de um objectivo comum: construir um futuro melhor para Moçambique. A troca de experiências e ideias foi enriquecedora e inspiradora”, disse Maria Adelino, de 23 anos, participante do distrito de Nampula.
O encontro foi também um ambiente de diálogo, aprendizado e união, conforme destacado por Altino Mandlaze, representante da delegação central do CNJ. Acrescentou que a reunião reafirmou o compromisso dos jovens em contribuir para o desenvolvimento do país e construção de uma sociedade mais justa e próspera.
Mandlaze anotou que os jovens desempenham um papel fundamental na garantia da soberania do Estado e na luta contra o terrorismo. “É importante o diálogo sobre esses temas e o esforço colectivo, para garantir a segurança e prevenir a violência, especialmente entre os jovens que estão na linha de frente no Teatro Operacional Norte”, disse.
Por seu turno, Frederico Congolo, docente e pesquisador da Universidade Joaquim Chissano, afirmou que há necessidade de os jovens interromperem a disseminação das mensagens dos terroristas, a fim de evitar que tais narrativas se propaguem na sociedade.
“O jovem ao receber uma imagem de militares moçambicanos mortos em combate, não pode publicar esse vídeo, porque isso vai desmoralizar as famílias dos cidadãos abatidos e colegas ainda em combate”, disse.
Por sua vez, João Henrique, 20 anos de idade, de Inhambane, enfatizou a importância do apoio do Presidente da República ao evento, destacando o valor que o Chefe do Estado atribui à juventude e aos seus esforços para contribuir para o desenvolvimento nacional.
Durante os três dias de actividades, os jovens debateram questões críticas para o futuro de Moçambique, como o papel da juventude na promoção da paz e estabilidade, a relevância da educação e formação profissional, e a necessidade de enfrentar desafios como o desemprego e a exclusão social.
