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Ave da morte

Por Carol Banze

Dos seus aposentos, numa madrugada fria, Suzy chamava pelo ar afundada em mais uma severa crise asmática. Sentada na cama de dimensões relativamente largas, vestiu a sua lingerie de cor púrpura e cobriu-a com uma saia larga de renda preta que descia até aos joelhos. Uma malha branca tecida com detalhes de rosas vermelhas completava a cobertura do seu corpo esbelto de pouco mais de metro e 75.
Já em pé, arrastou-se até um canto do seu quarto onde estacionara as suas sandálias castanhas de cabedal, compradas numa loja de varejo. Pronta para sair, dispensou a companhia dos irmãos, abriu a porta traseira da casa e embrenhou-se nos becos do seu bairro, a caminho do centro de saúde de Xipamanine, a duzentos metros da sua residência.
De repente, o temor invadiu os seus pensamentos motivado pela simbologia do choro do corvo que há dias se estacionara nos ramos da frondosa árvore plantada no seu quintal. A ave é simbolicamente ligada ao azar, à morte, ainda que se lhe façam algumas “ressalvas” ao ser relacionada à sabedoria, astúcia e fertilidade. Leia mais…

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