Dos seus aposentos, numa madrugada fria, Suzy chamava pelo ar afundada em mais uma severa crise asmática. Sentada na cama de dimensões relativamente largas, vestiu a sua lingerie de cor púrpura e cobriu-a com uma saia larga de renda preta que descia até aos joelhos. Uma malha branca tecida com detalhes de rosas vermelhas completava a cobertura do seu corpo esbelto de pouco mais de metro e 75.
Já em pé, arrastou-se até um canto do seu quarto onde estacionara as suas sandálias castanhas de cabedal, compradas numa loja de varejo. Pronta para sair, dispensou a companhia dos irmãos, abriu a porta traseira da casa e embrenhou-se nos becos do seu bairro, a caminho do centro de saúde de Xipamanine, a duzentos metros da sua residência.
De repente, o temor invadiu os seus pensamentos motivado pela simbologia do choro do corvo que há dias se estacionara nos ramos da frondosa árvore plantada no seu quintal. A ave é simbolicamente ligada ao azar, à morte, ainda que se lhe façam algumas “ressalvas” ao ser relacionada à sabedoria, astúcia e fertilidade. Leia mais…
Ave da morte
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