- A desculpa esfarrapada de um rejeitado
O presidente dos EUA, Joe Biden, abandonou, recentemente, a sua intenção de concorrer à sua própria reeleição. Ao anunciar a sua desistência da corrida presidencial, Biden elencou dois elementos como tendo sido os fundamentais para a sua decisão: a defesa da democracia e a passagem de testemunho para a nova geração. Embora se possa dizer que, de facto, desistiu da corrida a bem da democracia, o mesmo não se pode dizer sobre a suposta vontade de passar testemunho para nova geração. Aliás, tendo em conta os eventos que se passaram nos meses anteriores, os argumentos para justificar a queda parecem mais uma desculpa de um Biden rejeitado do que propriamente de uma vontade própria do ainda presidente.
Num raro evento na política dos EUA, com o anúncio da decisão, Joe Biden juntou-se a um restrito clube de presidentes em exercício que abandonaram a corrida presidencial à sua própria reeleição. Biden é, na verdade, o primeiro a fazê-lo no presente século XXI. Mas, no passado século XX houve também dois presidentes em exercício a abandonar a corrida presidencial, nomeadamente Lyndon B. Johnson, em 1968, e Harry S. Truman, em 1952. Foi no século XIX, no entanto, que mais presidentes em exercício terão abandonado voluntariamente ou foram forçados a abandonar a corrida presidencial. Naquele século contabilizam-se Chester Arthur, em 1884, Andrew Johnson, em 1868, Franklin Pierce, em 1856, Millard Filmore, em 1852, e John Tyler em 1844.
O anúncio de Biden põe fim a semanas, ou meses, de apreensão, no seio do Partido Democrata, sobre se o ainda presidente deveria ser a aposta para defrontar Donald Trump, candidato do Partido Rebublicano que já foi nomeado, nas eleições de Novembro próximo. Os democratas estavam a ficar divididos entre os que apoiavam Biden e os que pediam que este desistisse da corrida a bem do partido. As pressões a Biden avolumaram-se devido a uma performance considerada desastrosa no debate presidencial em 27 de Junho passado. Leia mais…
