Numa altura em que a pressão internacional para que haja um cessar- -fogo em Gaza continua a intensificar- -se contra Israel, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu anunciou que pretende abrir, ou intensificar, uma segunda frente de combate, desta vez contra um inimigo localizado no Líbano. Netanyahu, cuja agenda declarada é destruir o Hamas, pretende agora concentrar os seu esforços militares para poder também infligir danos significativos ao Hezbollah, um outro grupo “terrorista” que também tem estado a combater o Estado judeu. Tendo em conta a resposta mortífera e destrutiva contra a população e infra- -estruturas de Gaza, vislumbra-se o risco de o Líbano também vir a ser vítima de uma campanha militar israelita de matanças e destruição indiscriminadas, tudo em nome do direito de autodefesa. Ao que tudo indica, o ataque terrorista do Hamas contra o território israelita em Outubro de 2023 propiciou a “desculpa perfeita” para Israel “matar dois coelhos numa só cajadada”: o primeiro coelho, ou objectivo, é o da destruição do Hamas em Gaza e, pelo anúncio recente de Netanyahu, parece estar estabilizado; o segundo coelho parece ser o de enfraquecer o Hezbolah, uma outra “dor decabeça” na fronteira norte, que por sinal é financiada, segundo a autoridades de Tel Aviv e de Washington, pelo Irão, o arqui-inimigo de Israel e dos EUA.
Desde que a resposta israelita contra o terrorismo do Hamas começou a atingir mortes e detruição demasiado desproporcionais, a “comunidade internacional”, incluindo aliados de Israel, começou a fazer pressão para que a ofensiva militar em Gaza fosse travada. Nessa pressão, a África do Sul activou o Tribunal Internacional de Justiça na expectativa de que este pudesse restringir as acções de Israel. O tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas até que tentou fazer a sua parte, ordenando, por exemplo, que o Estado judeu travasse a sua ofensiva em Rafah. No entanto, Israel ignorou a pressão, “cuspiu” sobre a ordem do tribunal e informou que nenhum Estado ou organização internacional vai impedir o Estado judeu de satisfazer o seu interesse nacional, que supostamente passa pela libertação dos cidadãos sequestrados e pela destruição do Hamas. Apesar das suas decisões serem vinculativas, o tribunal está desprovido de uma logística material própria que garanta a implementação das mesmas. Leia mais…
Netanyahu virao cano para o Líbano
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