É líquido que a responsabilidade nos cuidados com uma criança não é só dos pais, mas de toda a família e da comunidade. Aliás, a sabedoria dos mais velhos é passada de geração em geração, muitas vezes pela oralidade, isto é, pelo que é contado nas famílias e comunidades. São as experiências vivenciadas, o conhecimento adquirido e levado adiante, atravessando inclusive fronteiras geográficas e emocionais.
Diante disso, fica claro que ninguém consegue abraçar sozinho um imbondeiro. São precisas muitas mãos para se dar a volta completa aquela majestosa árvore. É como a sabedoria. Ela só é útil quando partilhada. As pessoas devem saber que o mundo não é uma ilha. Como nos ensina o Ubuntu – e embora não haja uma tradução perfeita em português para a palavra, pode ser entendida como “minha existência está ligada à do outro”.
Lembra-nos esta filosofia que mesmo estando numa posição de superioridade, a pessoa não deve se esquecer de como é não estar nessa condição. Trata-se de saber colocar-se no lugar do outro, ter empatia… e no que diz respeito à criança, esta assumpção ganha contornos mais profundos e emocionalmente responsabilizantes. É que a criança é o ponto de partida para o desenvolvimento da sociedade. Os mais avisados dizem que é de pequeno que se torce o pepino, como quem diz quanto mais cedo se investir na sua educação, na sua instrução, nos bons hábitos, na moral, entre outros aspectos, garante-se, a partida, um adulto culto e ciente do seu papel na sociedade. Leia mais…
FLIK, a arte de abraçar imbondeiros…
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