Certa vez, um homem, lá no passado centenário, foi abordado pelas autoridades da área onde vivia porque se pretendia construir uma linha férrea que atravessaria a sua imensa quinta. O pedido era simples: “muda-te para o lado esquerdo ou direito para que a obra seja executada”. Porém, o nosso bom homem recusou.
Os representantes do Governo quiseram ficar furiosos, mas seria inútil. O dono da quinta era muito influente na região e qualquer acção de força poderia produzir resultados imprevisíveis. Optaram por “massajá-lo” com palavras mansas e até se recorreu ao sacerdote do vilarejo. Debalde.
Naquele caso, a água mole bateu na pedra dura e, mesmo assim, não furou. Foi preciso inventar um acordo que foi desenhado mais ao menos nos seguintes termos: “Faremos a linha de qualquer jeito porque este é o único ponto por onde o comboio deve passar. Mas tens que garantir que nos abres os portões de entrada e de saída todos os dias”. Assim foi.
É claro que em troca, o homem exigia o pagamento de uma renda. Afinal, aquela era uma portagem, pois nem sempre o comboio obedecia aos horários previstos, atrapalhava as suas imensas manadas, por vezes avariava no meio do seu quintal…
Ninguém sabe ao certo, mas parece ser essa a estória que levou uns homens de barba rija, da bela e fresca província de Manica, a tomarem uma decisão parecida. No começo, Bula- -bula até torceu o nariz porque, apesar de estar sobre a terra há muitas luas, tem a mania de pensar que já viu tudo. A sorte é que a memória ainda atina e deu para lembrar da estória do dono da quinta… Leia mais…
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