POR ANTÓNIO BARROS
Li num livro sobre Política e Estruturas de Poder que o “hábito nocivo de esconder a realidade aos cidadãos ou aos dirigentes é um veneno silencioso que corrói os alicerces de uma nação. Sob a aparência de estabilidade, a fragilidade cresce nas sombras, alimentada pela ignorância imposta”.
A este propósito recordei-me de uma conversa que tive com um funcionário do Estado, no distrito do Guruè, na Zambézia, no período da guerra dos 16 anos. Contou- -me esse funcionário, numa roda de amigos, no crepúsculo de uma tarde que ia findar, que estava a ter problemas com o seu superior hierárquico, porque nos seus relatórios mensais e semestrais colocava a realidade do que se vivia no distrito. Realidade “nua e crua”.
Porque o relatório antes de chegar ao dirigente máximo da província passava por muitas “mãos”, o seu superior hierárquico não gostava e dizia que o funcionário deveria passar a coordenar com ele o que ia escrever. Leia mais…
