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Moçambique continua aberto a investimentos franceses

Por admin

O Presidente Armando Guebuza assegurou Sexta-Feira última, em Paris, que Moçambique está aberto para acolher novas iniciativas francesas em vários domínios de cooperação, com enfoque para as áreas económica e a da segurança no Canal de Moçambique. Guebuza manifestou esta disposição nos três encontros separados que manteve na mesma Sexta-Feira, o primeiro dia da visita de trabalho de sensivelmente três dias a França. 

O primeiro encontro decorreu no “Palais de L’Elysée”, a Presidência francesa, e foi com o seu homólogo François Hollande.  O segundo, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, com representantes de pouco mais de três dezenas de empresas. O último foi com o Ministro da Indústria da França acompanhado por vários outros empresários.

No contacto com jornalistas moçambicanos que cobrem a visita, a primeira do género desde que o presidente François Hollande assumiu, em Maio de 2012, a liderança dos destinos desta potência da Europa Ocidental, o vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, que revelou o facto à Imprensa, sublinhou que as partes acordaram, nos encontros realizados, aprofundar a cooperação em vários domínios.

 “É uma visita profícua e muito promissora. O nosso Presidente mostrou abertura e as partes acordaram que a cooperação deve ser aprofundada. A avaliação é de que as relações são boas, mas que há ainda espaço para o seu alargamento”, disse Banze, acrescentando que, no encontro com Hollande, o Presidente Guebuza endereçou um convite para o estadista francês visitar Moçambique em datas ainda por acertar.

Quanto à segurança no Canal de Moçambique, Banze disse que esta área é de vital importância para o país, para além de que a própria França tem interesses no Oceano Índico, concretamente nas Ilhas Mayotte e não só. Esta ilha foi anexada pela França em 1841e tornou-se, já em 2011, no 101º Departamento Francês e o 5º do ultramar juntamente com outras ilhas como Reunião.

Numa primeira fase, veremos como é que isso será feito, mas para já vamos trocar informações do que se passa no mar, porque lá há muita actividade, como a pesqueira. Há também recursos que é necessário proteger ao longo do Canal de Moçambique e há, ainda, o problema de pirataria no qual o país não pode ficar indiferente”, explicou o vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

Quanto à propalada encomenda governamental para a construção de 30 barcos num estaleiro naval francês, Henrique Banze disse que o assunto foi aflorado nos encontros de Sexta-Feira, mesmo dia que Guebuza desembarcou em Paris, proveniente de Nova Iorque onde participou em mais uma assembleia geral das Nações Unidas.

"É um assunto que foi aflorado e isto revela preocupação relacionada com actividades como a pesqueira, sabido do interesse moçambicano em desenvolvê-la por ser vital na luta contra a pobreza e, também, como uma componente importante no controlo da segurança no Canal de Moçambique”, afirmou sem avançar mais pormenores.

Moçambique tem sido referência mundial devido à recente descoberta de importantes reservas de recursos naturais, nomeadamente, gás natural na costa norte, que vem associar-se a outros recursos minerais e energéticos, caso do carvão mineral concentrado na província de Tete, que é exportado via marítima.

A compra de barcos foi anunciada através da imprensa francesa, citando o ministro da Renovação Industrial, Arnaud Montebourg. A mesma indicou que, Moçambique solicitou a construção de 24 navios de pesca e seis barcos patrulha nos estaleiros navais de Cherbourg, no norte da França. O custo total das embarcações é colocado em 200 milhões de euros (cerca de 267 milhões de dólares americanos), embora algumas fontes, também francesas, falem que sejam 300 milhões de euros o valor envolvido no negócio.

 Ainda no encontro com empresários, segundo Banze, o Presidente Guebuza louvou o trabalho que tem sido levado acabo por alguma empresas francesas que já operam no país, para além de que outras reiteraram querer entrar no mercado moçambicano como é o caso da gigante da aviação civil, a Airbus’, para além da própria “Air France” que, no passado, operou em Moçambique.

Nesta deslocação a Paris, o Chefe do Estado moçambicano fez-se acompanhar pela Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, Ministro da Energia, Eduardo Namburete e pelo Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze. (AIM)

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