TEXTO DE BENTO VENÂNCIO
FOTOS DE INÁCIO PEREIRA
Cidadãos abordados pela nossa Reportagem foram unânimes neste ponto: o bicho continua esperto. É uma ave ardilosa o suficiente para avaliar se um alimento está envenenado ou não. Antes de “roubar”, observa, cuidadosamente, se o Homem serve-se do alimento ou da água.
“Basta uma pequena distracção para aquele bicho preto te ‘roubar’ o almoço. Deixei um pouco de peixe a marinar na varanda e ele carregou todo”, conta-nos Celina Cuna, residente no bairro Maxau Xau, distrito de Boane, na província de Maputo.
Celina descreve o corvo indiano como uma ave astuta, que não se intimida. “Desafia o Homem. Vem direitinho a ti e arranca-te o que quer. Foi assim que o meu filho ficou sem o pequeno-almoço”, conta.
Rex Macuche, residente também em Maxau Xau, afirma que tem vindo a ser castigado pelo corvo nas últimas duas semanas. “Aquele bicho-malandro levou a minha galinha. Conseguiu, não sei como, arrastá-la da capoeira para fora. Tentei amedrontá-lo atirando pedras. Mesmo assim não largou a minha galinha”, narra num misto de tristeza e espanto.
O nosso entrevistado diz que desde aquele episódio tem tentado envenenar os corvos. Contudo, para o seu espanto, eles só comem após terem a certeza de que o Homem também se alimenta do produto que eles pretendem “roubar”. Leia mais…
