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Stefan Dick: Galaroz dos Galarozes

Por Jornal domingo

Antes de mais, vale lembrar que Galaroz dos Galorozes é o prémio mais alto dos galarozes, atribuído ao galo pimpão que se evidencia no absoluto das categorias.

Este ano a distinção vai para o inevitável Galo da Capoeira das Uniões Prematuras. Diga-se, não foi tarefa fácil para o júri deliberar. Houve até segunda volta, mas galo que é galo só podia ser ele… ele que pelejou e se destacou a ponto de espalhar farpas e penas no poleiro lá para as bandas da província de Manica.

Do cimo da Cabeça do Velho, cantarolou tanto de bico empinado que até outros galos perceberam que não tinham traquejo para enfrentá-lo. Da sua asa, caiu que nem uma pena uma das suas apuradas investigações galináceas e declarou em pleno canto: “há crianças de 10 anos que apresentam o corpo de uma mãe de 23 anos”, lançou a conclusão do estudo, para, depois, finalizar o hino: “quando Maria ficou grávida de Jesus tinha quantos anos?”.

Valha-nos Deus! Afiançam as más línguas que aquele fado só podia vir de um galo machão e pimposo com créditos firmados na carreira do professorado; e também membro da Comichão dos Direitos Galináceos, daí a capacidade para, em plena madrugada, fazer ecoar a tal barbárie através do seu canto.

Dizem que, sendo professor de carreira com passagem pela direcção de uma outra capoeira com ovos de “woro”, na capital, acusou fadiga no exercício das funções de soberba (ou soberania?) e arranjou pretexto para ser “sacudido” de modo a garantir o seu regresso à baía de Maputo. Assim agiu o galo valentão da família dos “predadores”. Bateu as asas, eriçou a crista, sacudiu as penas douradas, sapateou pela madrugada, afinou o seu fado favorito e mostrou ao mundo que docente que é docente sempre tem na manga investigações com resultados bombásticos. E em se tratando de casamentos, só podia levar a capoeira toda ao delírio como se tivesse à disposição um balde de milho para bicar.

Por isto e muito mais, haja justiça, Stefan Dick é o Galaroz dos Galarozes com direito a todas as honras protocolares reservadas ao legítimo vencedor. Haja fado!

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