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Ilha Gorée

Por Jornal domingo

TEXTO E FOTOS DE JORGE FERRÃO

Ilha Gorée. Dakar. Por estas portas saiu a vida e entrou a angústia e a morte. Uma triste lembrança para e da própria humanidade. Por aquelas portas saíram mais de 60 milhões de escravos para o Caribe e Américas. A casa dos escravos, hoje museu, o que mais atrai é a porta sem retorno. Quando ela se abria não havia qualquer possibilidade de retornar. Os seres humanos feito mercadoria que criaram uma nova humanidade, sonhos e países.

Mundo cruel virou mais generoso e mais cultural. A porta do final da estrada.

As memórias, também, não tiveram regresso. Queremos perdoar, mas nunca esquecer. Papa Bento XVI veio aqui e pediu desculpas em nome da igreja católica. As desculpas nunca chegarão aos ouvidos das vítimas . Obama chorou e entendeu o sentido da cor da pele.

Bill Clinton ajoelhou-se e preferiu não acreditar que o Ser Humano poderia ser tão cruel.

A história de uma longa história. A humanidade procura reconciliar-se com esse passado e os seus espíritos. O melhor que pode fazer são livros e museus.

A ilha continuará lá, intacta e serena, esperando por novo pôr de sol de liberdade e compaixão.

África do Oeste desespera apesar de tanta riqueza natural! Também nós. Deus virou as costas para Gaza, antes, já o havia feito para nós. História nos absolverá!

P.S. A ilha de Gorée, no Senegal, património mundial da humanidade desde 1978, foi um importante entreposto comercial, onde o principal produto exportado era o escravo africano. Nessa feitoria foram “armazenados” milhares de escravos – homens, mulheres e crianças, feitos prisioneiros e traficados, e o monopólio comercial era detido pela casa real portuguesa, sobretudo na segunda dinastia. (x)

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