POR EDSON MUIRAZEQUE *
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Está instalada mais uma crise política na Guiné Bissau. O Presidente Umaro Sissoco Embaló anunciou, semana passada, a dissolução do Parlamento, alegando que houve uma tentativa de golpe de Estado e que a Assembleia Nacional Popular “é sempre foco de instabilidade”. “Pontapeando” os ditames da constituição e sem evidenciar a veracidade das suas alegações, Embaló indicou que o povo vai ser chamado às urnas, que o governo de Geraldo Martins ficará em gestão e que ele próprio acumulará as pastas ministeriais do Interior e da Defesa até as novas eleições. Se olharmos para forma como ascendeu ao poder, as suas insinuações e comparações de si próprio com líderes rotulados como militaristas ou ditadores, a sua perseguição sem tréguas contra seus opositores, pode dizer-se que Embaló parece estar firme em instaurar um regime militarista ou ditadura na Guiné Bissau.
A nova crise política na Guiné Bissau teve origem nos confrontos registados em Bissau, no passado dia 1 de Dezembro. Os combates colocaram de lados opostos agentes da Guarda Nacional e elementos do Batalhão do Palácio Presidencial. Pelo que foi noticiado, tudo teria iniciado pela actuação do Comandante da Guarda Nacional, Vítor Tchongo, que alegadamente mandou libertar dois membros do Governo que haviam sido detidos pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção. Os confrontos resultaram na morte de dois soldados, um de cada uma das forças, e os membros do Executivo voltaram a ser detidos. Leia mais…