O país comemorou ontem o 7 de Setembro, Dia da Vitória sobre o colonialismo português, depois de dez longos anos de luta armada de libertação nacional. Foi uma celebração a pensar nos desafios actuais: acabar com a pobreza, preservar a paz, tranquilidade e a democracia.
As celebrações deste ano decorreram no Município da Matola, em virtude de a principal Praça dos Heróis Moçambicanos, em Maputo, estar em obras de restauração que visam conferir uma nova imagem àquele lugar, onde repousam os melhores filhos da pátria.
Sendo uma cerimónia de grande envergadura, a praça dos heróis da capital provincial de Maputo, localizada na zona do antigo cinema 700, foi pequena para acolher a multidão que para lá se deslocou para celebrar a efeméride.
Falando a jornalistas momentos depois de render homenagem aos heróis nacionais pela passagem do Dia da Vitória contra o colonialismo português, que este ano marca o 39º aniversário da assinatura dos Acordos de Lusaka, o Presidente da República (PR), Armando Guebuza, instou os moçambicanos a celebrar a data sem descurar os desafios actuais do país, mormente o combate à pobreza e a preservação da paz e unidade nacional.
“Trinta e nove anos depois, os desafios continuam os mesmo: acabar com a pobreza, continuar a garantir que os moçambicanos vivam em liberdade através da paz, tranquilidade e da democracia. Este é o sonho dos moçambicanos”,disse Armando Guebuza.
Segundo defendeu, celebrar os Acordos de Lusaka é um momento muito importante na história do povo moçambicano. “O momento em que a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), em Lusaka, assinou o acordo que conduziu o povo e o país à independência. Por isso mesmo, dissemos que é o Dia da Vitória de todos nós”.
“Nove meses depois da assinatura dos acordos, proclamamos a independência, mas coincidentemente, hoje também celebramos as Bodas de Prata da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), que, há 25 nos, foi criada, a fim de permitir que os combatentes pudessem, de forma mais organizada e nas condições novas da independência, dar o seu contributo na construção do nosso país”,disse o Chefe de Estado.
Na ocasião instou os moçambicanos a trabalhar no sentido de garantir que a paz, conquistada à custa do sangue dos moçambicanos, não seja posta em causa sobre o risco de se perder o significado do Dia da Vitória.
“A nossa mensagem por ocasião da celebração do Dia da Vitória e das Bodas de Prata da ACLLN, é que para além de saudar os combatentes por aquilo que fizeram e continuam a fazer, é apelar e exortar a todos os moçambicanos a trabalharmos no sentido de garantirmos que a nossa paz, não seja posta em causa”, referiu o Presidente da República.
Acrescentou ainda que graças a essa paz e a entrega dos moçambicanos na construção do país, os frutos são visíveis, apesar de o caminho a percorrer ser longo. “Temos que garantir que o combate à pobreza se torne cada vez mais bem sucedido, pois, já vimos muitos marcos positivos dessa luta, mas também sabemos que essa luta ainda não chegou ao fim. Não chegará ao fim possivelmente porque tomará a forma de luta por maior desenvolvimento. Neste momento, podemos dizer, vamos lá renovar o nosso compromisso pelo desenvolvimento do país”.