– vovô António Manhiça, residente em Maputo
Ser companheiro significa ser parceiro. Adiciona-se a isto a questão da consideração. Aliás, afirma-se que quem não tem consideração pelo parceiro não o coloca a par das decisões que toma, das saídas que tem, dos lugares que frequenta, de onde cuida da beleza, sim, dos salões de cabeleireiro. Age como se não tivesse compromisso com ninguém, como se isso tirasse pedaço de alguém. Quem assim o afirma é o vovô Manhiça. Ele lembra que nunca se sabe o que pode acontecer na nossa vida, por isso mesmo aconselha a “informar ao teu marido onde se localiza o salão que frequentas, porque pode acontecer uma tragédia e não se saber onde te encontrar. (Então), dizer para onde vamos é importante porque se fornece uma pista mais fácil para a nossa localização”.
Vovô Manhiça abre, na sequência, um espaço para dar uma achega aos “folgados”, ao afirmar que “se despedir é uma questão de educação. Este princípio vem dos nossos antepassados. O grande problema é que os jovens da actualidade vivem a vida de uma maneira muito desorganizada. Não têm consideração pelo seu semelhante e nem mesmo pelo parceiro. Costumam até questionar ‘o que o meu marido/mulher tem que ver com a minha vida?’. Mas, eu pergunto: como assim?! Ele é teu marido ou ela é tua mulher? Então, há qualquer coisa que não está bem aqui. Não sabem que a verdade é bem-vinda e bem vista, a não ser que seja escondida devido à ocorrência de relações extra-conjugais”.