Início » MAIS UM PONTO DE VISTA SOBRE “MOÇAMBIQUE EM CONCERTO”

MAIS UM PONTO DE VISTA SOBRE “MOÇAMBIQUE EM CONCERTO”

Por admin

Da última vez que escrevi sobre esta rubrica da TVM, o seu apresentador “descompreendeu-me” visível e grosseiramente, ao receber a minha crítica com um misto de nervosismo azedume

 e raiva durante alguns dias. Julgo que, agora que passou um bom tempo poderá ter analisado o artigo com serenidade e terá compreendido que nunca estive contra aquele programa muito menos contra o seu apresentador, pois cada um de nós luta por atingir os seus objectivos na vida, porque os Talentos cada um de nós os tem escondidos dentro de si, sendo que o problema de muitos de nós vivemos infelizes porque temos feito pouco ou nada para desenvolvermos esse potencial que a “Mãe Natureza” nos disponibilizou. Falta-nos a determinação e falta-nos descobrir o lugar o momento certo e aonde devemos desenvolver esse ou esses talentos. Tratando-se de um programa que pretende ser das “Famílias Moçambicanas”, quem sou eu para aparecer como o empecilho da alegria dos filhos desta Pátria!? Portanto, fique claro que, nem daquela vez nem desta, pretenderia ofender, vilipendiar, vituperar ou desacreditar a imagem de quem quer que seja, porém, porque, tal como muitos de nós, a mim também assiste-me o direito de opinar sobre aquilo que é Bem Público, neste caso que se trata dum programa de uma Televisão Pública, e dum “Programa das Famílias Moçambicanas” nas quais eu estou inserido, pois, se estivermos recordados, as “Famílias Moçambicanas” integram desde o mais Alto Magistrado da Nação, ao mais pobre dos autóctones deste País, incluindo gente abastada, gente ignorante, intelectuais, clérigos, (Leigos, Obreiros, Irmãs de Caridade, Evangelistas, Padres, Pastores, Bispos, Mwalimos, Shehes, etc.). São todos estes e mais alguns na diáspora que compõem a grande “Família Moçambicana” e que assistem ou não, ao programa “Moçambique em Concerto”. E, é por via disso que, não posso fingir que tudo vai bem, num Programa projectado num canal onde “Estamos todos ali”. E, é exactamente aqui onde surge o problema. Muitas “Famílias Moçambicanas”, domingo sim domingo sim, a partir das 17horas, refasteladas em sofás, sentadas nas Esteiras ou em pedaços dos troncos das árvores, pais, filhas, genros, noras, avôs e demais membros da Família Moçambicana (afinal o Programa destina-se às Famílias Moçambicanas), predispõem-se a assistir o “Moçambique em Concerto”, que ajuda, a refazer as forças despendidas durante a semana, através da diversão e quiçá aprendizagem de qualquer coisa(!?), fazendo-nos relaxar por proporcionar-nos um programa que pretende ser abrangente (para crianças, jovens e velhos de todas as idades e géneros). Lembrados estamos que a Televisão passou a assumir o papel da Lareira (Khombari), onde os avós transmitiam os seus conhecimentos de geração a geração num “Ti Karingane ni Ti Thekathekane” (Contos, advinhas e provérbios). Tudo muito bem até aqui! De repente, da “Plateia Residente”, composta por gente de várias faixas etárias com predominância de jovens obviamente, afinal constituem a maioria da população Moçambicana, as Câmaras da TVM incidem e dão-nos a figura duma senhora que entre muitas que dançam ordeiramente cada uma à sua maneira, sem prender atenção de ninguém, ela, aparentando caminhar apressadamente para abandonar da faixa etária dos Cinquenta anos, destaca-se, qual “Madona Moçambicana”, extravagante, extrovertida e desvairada, os Holofotes focalizam-na cada vez com maior incidência e ela, sentindo-se “apreciada” e encorajada pelos olhares dos seus colegas, incluindo os telespectadores nos quais provavelmente a sua própria família, (filho/as neto/as, genros, noras, sogro/as, compadres, irmãos da Igreja, etc. etc.), ela, talvez para “desbastar” frustrações, rebola e mexe-se de forma escandalosa, esfrega-se e se agita ensaia movimentos pélvicos de cintura, das pernas, das ancas num despudor de tirar seriedade ao mais sisudo dos Monges anacoreta, numa demonstração duma verdadeira lição de “sem-vergonhice”, portanto, movimentos indignos da sua idade e próprios para serem exibidos em recintos fechados, (tipo Coconot, onde muitas vezes vale tudo incluindo desnudar-se) ou para uma plateia selecta predisposta a aplaudir aquele tipo de tresvario. À medida que o Programa sobe ao rubro, ela também fica literalmente QUENTE e entra em ebulição! A emoção possui-na totalmente! Confesso que quando a vi pela primeira vez, cheguei a pensar que ou “a tibi bem” como sentenceia o “Kota” Xidimingwana, ou seria uma “disponível” ou ainda que estaria acelerada em função de ter tomado algo que a fez esquecer a existência duma coisa chamada pudor ou mais vulgarmente VERGONHA! Chego a recear que, com o andar do tempo a senhora num desses Domingos poderá desembaraçar-se da indumentária e exibir-se para “Todo o Mundo”. Todos os que lá estão, mexem-se cada um à sua maneira, porém, ela projecta-se e se julga um quadradinho que pretende ofuscar e abocanhar todas estrelas, transformando-se ela numa espécie dum Sol! Não estando a concorrer para o prémio da “Dança dos Cinquenta”, parece alguém fugida dum “Maxime” ou “Topázio”, antigas famosas casas da ex-Rua Araújo (hojeBagamoyo), onde o DESPUDOR era a palavra de ordem, do que de quem ela diz ser, pois os latinos ensinaram-nos que a “mulher de César, não basta ser, deve parecer. Enroscar-se e redemoinhar daquela forma só fica bem aos mais jovens, tipo “Dama Ija e Compa. Lda.”, a uma “Vovó” que devia assistir o programa com os seus netos, fica mal! Não acrescenta nada e não é nenhuma mais-valia ao programa. Antes pelo contrário. Numa altura em que todos clamamos por Valores Morais no nosso seio,parece-me que parao êxito da sua recuperação na sociedade MoçambicanaDEVEHAVERuma conjugação de esforços entre as Famílias,aIgreja e o Governo, através de Programas Educativos, sobretudo na nossa Televisão Pública.E não promovendo promiscuidade. Quem tem ouvidos para ouvir…oiça!

Você pode também gostar de: