POR EDSON MUIRAZEQUE *
EDSON.MUIRAZEQUE@GMAIL.COM
O mundo parece estar a tornar-se cada vez mais inseguro. Um relatório de uma Comissão do Congresso dos EUA recomendou, recentemente, que Washington acelere os preparativos para uma possível guerra simultânea com a China e a Rússia. Como tal, os autores do documento sugerem que os EUA devem “expandir as suas forças convencionais, fortalecer as suas alianças e aprimorar o seu programa de modernização de armas nucleares”. Sendo certo que os dois países visados vão raciocinar na perspectiva do “dilema de segurança”, pode dizer-se que enquanto, por um lado, o relatório dá boas novas para o “complexo militar-industrial-congressista” dos EUA, por outro, Washington anuncia o recrudescimento da corrida ao armamento com os seus “eternos” rivais nucleares, Pequim e Moscovo.
Intitulado “A Postura Estratégica da América: O Relatório Final da Comissão do Congresso sobre a Postura Estratégica dos Estados Unidos”1, o documento considera, no seu prefácio, que houve várias mudanças desde a publicação do primeiro relatório, em 2009, que alteraram o cenário geopolítico e justificam a mudança da estratégia de segurança nacional do país. Nessas mudanças incluem-se a rápida expansão militar da China, incluindo o crescimento sem precedentes das suas forças nucleares, a diversificação e expansão dos sistemas nucleares da Rússia, a invasão da Ucrânia em 2014 e subsequente invasão em grande escala em Fevereiro de 2022. Nota-se, portanto, uma crescente concorrência da China e da Rússia com os EUA e seus aliados e parceiros, e o risco crescente de conflito militar com um ou ambos os países. O relatório terá sido, com efeito, elaborado em resultado das preocupações sobre se os EUA estariam preparados para dissuadir as duas potências nucleares. Leia mais…