TEXTO DE HERCÍLIA MARRENGULE
FOTOS DE JERÓNIMO MUIANGA
Em Ressano Garcia, no distrito de Moamba, na fronteira entre Moçambique e a República da África do Sul, assiste-se diariamente a uma movimentação intensa de cambistas que ali operam, numa frenética disputa de clientes que transitam em viaturas e a pé.
São vários os negociantes de divisas que se acotovelam numa disputa quase incontrolada, comerciantes que marcam o seu preço, no entanto pagam caro pela opção de trabalho que fizeram.
A verdade é que, nos últimos tempos, perseguições e assassinatos ganham contornos alarmantes.
Com efeito, a insegurança e desconfiança infernizam a vida dos cidadãos que praticam o comércio naquele ponto e não só.
Testemunhas relataram ao domingo a ocorrência de assaltos à mão armada, sequestros e até assassinatos. Assim, o negócio feito praticamente durante 24 horas por dia deixou de ser apenas uma forma “pacífica” de embolsar algum lucro. Os praticantes contam que, por vezes, são obrigados a pernoitar no local onde exercem a actividade, para não colocarem em risco a vida dos seus familiares. Os relatos são muitos e têm o mesmo tom em forma de desabafo e de apelo: “seguem-nos até as nossas casas. Torturam os nossos filhos em busca de dinheiro que, às vezes, nem temos”, relatou um dos cambistas ouvidos pelo domingo. Leia mais…