POR LO-CHI
O criador deve constantemente policiar-se. Não poucas vezes a verve não escuta razões e motivos. Quando acende aquela centelha e a ideia igniza-se, a febre vem à pele, contagia a mão e lá vai ela inopinada; não há razão que a retenha. Fica de tal jeito independente que não tem controlo, não respeita nada nem ninguém, nem sequer amizade nem idade ou coisa que o valha.
A propósito de amizades, encontraram-se dois amigos, cujos nomes não vou citar, para minimizar danos já criados, segundo o meu amigo que me contou a história e pediu sigilo, vejam só, em que um deles homem da pena, conceituadíssimo, veio a Quelimane passar umas férias, onde acaba encontrando-se com o seu conterrâneo do mesmo bairro, grandes amigos de infância, já com alguma distância no tempo, mas com a mesma intensidade afectiva; se é que isso se pode medir. Nesse partilhar de momentos que se seguiram, o visitante acabou tomando conhecimento da situação insólita do seu conterrâneo que era bígamo e as suas imensas gincanas que fazia para manter as relações e também o segredo, que habitava no fundo dos Bons Sinais. Leia mais…