Os contos fantásticos são uma cena interessante. Parcos em palavras, permitem explorar ideias absurdas sem necessariamente desenvolvê-las em muitas páginas. Não quer isto dizer que se contam em dois fôlegos. Afinal são contos fantásticos…
Ora, esses contos exigem uma grande imaginação; falam de coisas difíceis de explicar ou mesmo impossíveis num mundo mais ou menos real. Associam elementos sobrenaturais, ou seja, sem explicação razoável ou racional. Edgar Allan Poe é um dos escritores mais destacados nesse particular. Entre nós, avulta Mia Couto.
Como se pode ver, é preciso muita engenharia criativa para se entrar nesse mundo de contos fantásticos… mas mesmo os mais incríveis escritores não podem alcançar o marco que chegou a Bula-bula, “made in Quelimane”. Aquilo só visto…
E não se pense que isto é mera invenção de um candidato a contista fantástico… porque, repito, nem mesmo Mia, nem mesmo Edgar podiam imaginar estória mais fantástica do que esta; e esta é fantástica por duas razões: por ser inimaginável e, mais importante ainda, por ser fantástica.
Mas vamos a ela: o principal hospital da cidade de Quelimane está a braços – como, aliás, todas as unidades sanitárias do nosso belo país – com dificuldades diversas. Quando não falta isto, falta aquilo. Tal e qual nas nossas casas (aqui nossas refere-se ao Zé Povinho, Bula-bula incluído, porque dos outros falaremos noutros fóruns) onde quando há pão falta a manteiga; quando finalmente há pão e manteiga, falta o açúcar. Milagrosamente, quando se tem açúcar, pão e manteiga, a bendita água não jorra na torneira… e quando esta decide jorrar, descobre-se que o gás “era antes”. Leia mais…