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SECTOR AGRÁRIO: Persiste falta de financiamento

Por Idnórcio Muchanga

A Agência de Desenvolvimento e Empreendedorismo (ADE) entende que persiste o fraco acesso ao financiamento para o sector agrário no país, devido à falta de garantias, para além da prática de juros proibitivos pelos bancos comerciais.

Segundo o director executivo da ADE, Policarpo Tamele, que falava, semana passada, em Maputo, durante a partilha dos resultados do envolvimento da juventude na cadeia de valor agrícola, a falta de financiamento tem vindo a condicionar a actividade agrícola.

Outra situação que embaraça o sector, de acordo com Tamele, tem a ver com a falta de mercado para a colocação de produtos.

Nestes termos, Policarpo Tamele defende que há necessidade de o Governo e parceiros começarem a acarinhar o sector com políticas acertadas, sobretudo projectos agrícolas desenvolvidos por jovens para que se sintam inseridos na produção.

Referiu que o Governo pode, também, através do programa SUSTENTA, criar uma janela de oportunidade para a juventude na área de agro-empreendedorismo.

“Sabe-se que este programa está focado na agro-indústria, mas precisa também de olhar para os jovens, criar incentivos fiscais para que eles possam ter agricultura como motor de desenvolvimento”, disse.

TRÊS MIL JOVENS NA AGRICULTURA

A ADE implementou em 2020, nos distritos de Báruè, Vanduzi, província de Manica e em Nicoadala, Zambézia, um programa denominado “Transformar sonho de jovens rurais: o futuro começa agora”, que pretendia a criação de agro-incubadoras – um projecto que visa inserir jovens no sector agrário.

Nisso, cerca de três mil jovens, entre produtores e agro-empreendedores, têm estado a engajar-se no processo de produção e comercialização agrícola.

Para impulsionar o interesse da juventude na agricultura, a ADE realiza sempre seminários e fóruns de reflexão sobre acesso a linhas de financiamento, agro-negócio e inovação agrícola nos distritos de Báruè, Vanduzi, Nicoadala e no mês de Junho do ano em curso vai-se escalar a vila de Nhamatanda, em Sofala; Cuamba, no Niassa; e Chókwè, em Gaza.

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