Início » PÉROLA JAIME: Escolhida pela dança

PÉROLA JAIME: Escolhida pela dança

Por Idnórcio Muchanga

Ontem o mundo celebrou o Dia Internacional da Dança. Diversas actividades decorrem um pouco por todo o mundo. Em Moçambique, também a data merece lugar de destaque. As gentes da dança esmeram-se para que a data não passe de lado. Um facto interessante registou-se na cidade de Xai-Xai; dançarinos com mais de 60 anos participaram numa coreografia dirigida pela bailarina e coreógrafa Pérola Jaime. A experiência é pioneira entre nós. Pretexto para uma conversa solta com a nossa eterna “N’tsay” que – perdoe-nos a indiscrição – completou há dias 60 anos de vida e 40 de carreira profissional. Pelo histórico na Companhia Nacional de Canto e Dança, pelo trabalho desenvolvido na criação de grupos de dança por todo o país, pelas enormes coreografias que vem fazendo, domingo entende que, por intermédio da bailarina e coreógrafa Pérola Jaime, se homenageia todos aqueles que têm na DANÇA um meio de afirmação na sociedade. Vamos à dança, ou melhor, à conversa!

Pérola Jaime foi aluna do Centro de Estudos Culturais… mas como foi que se cruzou com a dança?

A dança surgiu na minha vida de uma forma muito estranha. Nasci e fui educada numa família religiosa – todos eram pastores da Igreja Nazaré –, onde a dança nem sequer era permitida. Somente o canto litúrgico e, graças aos dotes do pastor/professor James Banze, que até era meu tio, aprendi muita coisa sobre o canto.

E, de repente, foi para Maputo…

Sim… Em 1980, quando conclui a 6.a classe, fui seleccionada para vir para Maputo, para frequentar um curso de formação profissional; o meu sonho era enfermagem, mas fui parar no Centro de Estudos Culturais e indicada para o curso de teatro.

Teatro?!

Sim, para o curso de teatro, mas a minha timidez não me permitiu grandes coisas, e assim fui cair na dança, mas não foi minha escolha. Por isso posso dizer que a dança é que me escolheu.

Tinha, nalgum momento, pensado nas artes como meio de afirmação?

Nunca tinha pensado em ser artista. Mas a conjuntura de então empurrou-me para a arte. Desde as primeiras aulas que os meus professores de dança se fartavam de elogiar o meu desempenho em todas as disciplinas técnicas, clássica, moderna e tradicional, e assim fui engrenando, até concluir com distinção o curso de bailarina e instrutora de dança. Leia mais…

TEXTO DE BELMIRO ADAMUGY
belmiro.adamugy@snoticicas.co.mz

Você pode também gostar de: