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Fragilidades de garantias emperram seguro agrário

Por Idnórcio Muchanga

Moçambique precisa de estabelecer um fundo que possa financiar o acesso ao crédito agrário, segundo defendem personalidades ligadas à área, em entrevistas concedidas ao domingo.

A ideia é reverter o actual cenário em que de um total de 4 milhões de agricultores, em todo o país, apenas 65 mil beneficiam de um mecanismo de transferência de risco. Destes, 61 mil são assegurados pela Hollard Seguros, através da empresa Phoenix Seeds, que opera em Vanduzi, na província de Manica, e 4 mil estão no âmbito do SUSTENTA e do Programa Mundial de Alimentação (PMA).

Trata-se de produtores que operam nas províncias de Zambézia, Manica, Gaza e Tete e que asseguram culturas como mapira, milho e feijões.

A agricultura, refira-se, é praticada por cerca de 80 por cento da população economicamente activa no país, contribuindo com 23 por cento no Produto Interno Bruto (PIB).

A fraca adesão das seguradoras resulta do facto de considerar a agricultura uma actividade de elevado risco, por um lado, devido ao uso de sementes não melhoradas, o que tem consequências negativas na produtividade e, por outro, pela sua exposição aos fenómenos naturais – seca e cheias.

É neste contexto que os entrevistados consideram que é chegada a altura de o Governo inspirar-se na experiência dos outros países onde se subvenciona o seguro como forma de tornar este segmento mais atractivo para as seguradoras e, consequentemente, aliciante também para a banca.

Note-se que a dificuldade de acesso ao crédito é mais notória no seio dos pequenos produtores, sobretudo do sector familiar.

Outro constrangimento é que o seguro agrário precisa da intermediação de uma entidade financeira que possa garantir a mitigação do risco. Leia mais… 

TEXTO DE IDNÓRCIO MUCHANGA
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