O Parque Nacional do Zinave, no distrito de Mabote, província de Inhambane, vai reintroduzir o rinoceronte preto, no quadro do processo do repovoamento de espécies selvagens nesta área de conservação.
Segundo revelou ao domingo o respectivo administrador, António Abacar, está prevista a translocação de sete rinocerontes a partir da Reserva de Manquete, na vizinha República da África do Sul.
A captura dos animais, incluindo um rinoceronte branco, deverá ocorrer no dia 22 de Agosto corrente, seguindo posteriormente a translocação até Zinave.
A translocação de animais para o Zinave vai efectivar-se durante a segunda quinzena de Agosto, prevendo-se ainda a entrada de 50 girafas e 70 elandes.
De salientar que, no mês passado, uma dezena de animais que completam os chamados “big five” foi colocada em regime aberto, num acto presidido pelo Chefe de Estado, Filipe Nyusi, e o antigo estadista moçambicano Joaquim Chissano.
Na mesma ocasião, Filipe Nyusi assumiu o apadrinhamento da “Princesa Inocente”, um animal que nasceu durante o período de quarentena.
A retirada daqueles mamíferos da quarentena, recorde-se, serviu para assinalar 20 anos da adesão de Moçambique ao bloco transfronteiriço do Grande Limpopo, envolvendo África do Sul e Zimbabwe, respectivamente através do Kruguer Park e o Gonarezhou National Park, numa extensão de 100.000 quilómetros quadrados. Compreende ainda os parques de Limpopo e Banhine dentro de Moçambique.
Abacar explicou na ocasião que o crescimento da fauna forçou o alargamento da área do santuário, passando de seis mil para 18.600 hectares e com a possibilidade de ser estendida até aproximadamente 30 mil hectares.
Nos últimos oito anos foram reintroduzidas 2400 espécies diferentes, estimando-se que habitem acima de cinco mil animais.
O Parque do Zinave localiza-se no Norte da província de Inhambane, abrangendo os distritos de Mabote, Massangena no extremo ocidental e Govuro no lado oriental. Tem a girafa como animal emblemático e é uma das 12 áreas de conservação para a promoção do ecoturismo.
Tendo servido como coutada de caça de referência no passado, está a registar uma fase de restauração podendo os visitantes desfrutar de um clima fresco pelo facto de ser atravessado pelo Rio Save, bacia hidrográfica que divide o Sul e Centro de Moçambique.
Em 1973 foi declarado como parque com o objectivo de proteger determinadas espécies como girafa, avestruz e vaca-do-mato. Possui no seu “mosaico” espécies como búfalo, impala, cudo, piva, boi-cavalo, zebra, chango, facocero, elefante, hipopótamo, crocodilo, além de uma vastidão de aves aquáticas.
Texto de Benjamim Wilson
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