A arte existe para que a realidade não nos destrua – Nietzsche
Maputo está em efervescência. O regresso, neste novo normal, dos eventos públicos está a devolver, a seu modo, alguma humanidade que se havia esfumado por culpa do novo coronavírus. Há praticamente eventos artístico-culturais um pouco por todo o lado. Sendo verdade que a música, pelas suas características, está na linha da frente. O teatro, esse, ainda enfrenta muitas dificuldades. Os espaços para a sua prática escasseiam.
Os investimentos ainda são ínfimos. Sobra, aos seus cultores, a eterna teimosia… e aqui ganha sentido o pensamento segundo o qual precisamos de capitalistas culturais. Evidentemente que falar de capitalismo pode mexer com algumas “sensibilidades”, mas também é líquido que não se pode sonhar com uma indústria cultural sem pessoas com dinheiro. Afinal, a indústria cultural apropria-se da arte e faz dela um subproduto para render lucros a uma indústria, que pode ser cinematográfica, televisiva, musical ou das artes plásticas. Não se pode, portanto, fazer omeletes sem ovos.
Para funcionar, a indústria cultural pega em elementos da cultura erudita e junta-os à cultura popular; da sua reprodução, temos os elementos da indústria cultural. A cultura de massa atende à lógica mercadológica. Ela não faz distinção da unicicidade do gosto estético de cada pessoa e de cada cultura. Leia mais…
Por Belmiro Adamugy
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