A fome assolou o país no início da década 80. Havia falta de tudo ou quase tudo. Os desportistas eram idolatrados pelos seus dotes, mas, no final do dia, não tinham a vida diferente do resto da população.
Um conceituado futebolista, que representava o Maxaquene, depois de um grande jogo, numa partida que decorreu no Estádio da Machava, que se apresentou completamente cheio, chegou à casa e a primeira coisa que ouviu da esposa depois da saudação foi: não há comida para o jantar.
Para elucidar o marido sobre a situação, a senhora abriu a geleira, que, além de garrafas de água, estava vazia. Cabisbaixo e cansado pelo esforço empreendido no jogo, o jogador lançou o olhar para cima, como que procurando uma solução. Naquele momento, lembrou-se que havia um adepto ferrenho do Maxaquene e Sporting.
Chamava-se Edmundo e ostentava uma tatuagem de leão no peito. Para o jogador aquele simpatizante do Maxaquene e Sporting, com quem se simpatizava, era a única pessoa para dar alguns mantimentos, pelo menos para aquela noite. Leia mais…
Texto de Joca Estêvão
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