O Clube Estrela Vermelha vai a partir de Junho deste ano construir um novo campo de futebol na Cidade da Matola, resultante de redimensionamento das suas actuais infra-estruturas, com destaque
para o campo principal de futebol, situado junto a Avenida Vladmir Lenine, que vai desaparecer para dar lugar a empreendimentos privados, no âmbito de um negócio praticamente fechado.
No local onde funciona o Centro Social Nyelete vai ser erguido um edifício que vai albergar compartimentos para vários tipos de serviços.
O espaço onde funciona a Escola Sul-Africana vai ser melhor aproveitado. O futuro do Pavilhão Principal (do antigo Clube da Malhangalene) é incógnito, tanto pode desaparecer, assim como pode permanecer.
O que tem a “morte” quase anunciada é o pavilhão anexo. Perspectiva-se um bom encaixe financeiro a curto prazo, o que deixa o presidente do clube, Luís Manhique muito satisfeito.
Manhique anuncia mesmo que “nos próximos dois anos voltaremos a ser um dos maiores clubes de Moçambique.” Segue-se a entrevista com ele para melhor percepção do que o caminho encontrado pelos “alaranjados” para o sucesso que há muitos vinham perseguindo.
Senhor presidente, em tempos falava de redimensionamento das infra-estruturas do clube. O silêncio será porque nada deu certo?
Faltava o mandado da Assembleia-geral, que já nos permitiu redimensionar o património, não só para melhor adequa-lo à prática desportiva, como também para tornar as nossas infra-estruturas rentáveis e delas construir uma base financeira de suporte à actividade desportiva.
Quer com isso dizer que a direcção está autorizada em vender parte do património do clube?
Vocês gostam muito do termo vender! Vamos começar pelo nosso principal campo de futebol que ocupa apenas dez mil metros quadrados. Falta nele espaço para estacionamento, tem apenas seiscentos lugares nas bancadas, bem como tem um rectângulo de jogos cujas balizas ficam encostadas aos muros dos vizinhos. Então, este vai ser redimensionado e em sua substituição vamos construir outro na Cidade da Matola com uma área de três hectares (trinta mil metros quadrados), cujas obras iniciam em finais de Junho deste ano.
Portanto, o espaço do campo principal vai ser vendido?
Não é questão de vender ou não vender. O pacote de redimensionamento do campo de ponto de vista formal está fechado. Agora vamos entrar para a fase dematerialização, com toda garantia financeira, estando assegurada o lançamento da primeira pedra da construção do novo campo em finais de Junho.
Só foi redimensionado o campo de futebol?
A nossa perspectiva de redimensionamento não se esgota no pacote do campo, mas na plenitude da rentabilização de todas as infra-estruturas do Estrela Vermelha, sem necessariamente significar a sua alienação, com excepção da forma como os dez mil metros quadrados do actual campo de futebol foram rentabilizados.
E qual é o futuro do espaço do Centro Social?
Está a ser concluído um projecto que vai alavancar a actividade comercial mínima que já se realiza naquele espaço para o máximo aproveitamento possível. Vai ser construído no local um edifício multidisciplinar, basicamente para escritórios e serviços, cuja exploração vai engordar o orçamento do Estrela Vermelha.
É verdade que a Escola sul-africana vai ser desalojada?
Naturalmente que não. Mas porque ocupa uma área de quase cinco mil metros quadrados para um universo de estudantes que caberiam em uma área de dois mil metros quadrados, haverá mudanças. Depois de rentabilizado a renda paga hoje vai duplicar, conforme os estudos feitos. E no mesmo local será recuperado o salão de reuniões e o restaurante, piscina, o que vai propiciar a promoção de actividades sócio-culturais em todas as dimensões, o que pressupõe receitas.
E o campo de salão existente nas proximidade?
A nossa ideia, já discutida com Sua Excelência vice-ministro da Juventude e Desportos, Carlos de Sousa (Cazé), bem como com a Federação Moçambicana de Patinagem, em relação ao espaço do campo de salão é torna-lo num local privilegiado para a formação de talentos para além de atender actividades recreativas e sociais que ai se realizam. O projecto já foi concluído, faltando submete-lo ao Fundo de Promoção Desportiva (FPD), que pensamos ser a mais apropriada para co–participar, já que sua finalidade última tem a ver com o desenvolvimento desportivo nacional, em especial do hóquei patins.
Nesta revolução conta com o apoio de quem?
Graças aos apoios morais, nalgum caso materiais, de personalidades como Sua Excelência ministro de Defesa, Filipe Nhusse, como dos outros titulares dos órgãos de Defesa e Segurança. Mas também temos instituições de crédito, que por um lado facilitaram todo o expediente necessário para a expurgação de ónus que o património do Estrela Vermelha está sujeito.
PAVILHÃO COM FUTURO INCÓGNITO
Senhor presidente, no âmbito desse redimensionamento que se pode esperar do pavilhão principal?
O pavilhão está numa situação incógnita. Com uma capacidade para três mil espectadores, em caso de sinistro só tem uma saída de emergência, porta de meio metro. Tinha cinco portas, mas com a construção do pavilhão anexo ficaram bloqueadas. O espaço do pavilhão anexo era para estacionamento. A sua remoção depende essencialmente de dois factores: retirar o pavilhão para onde está o campo de futebol 2; sacrificar o pavilhão anexo para devolver no local o estacionamento. Neste momento está fora da hipótese mexer o pavilhão principal depois do investimento que o Estado injectou nos âmbitos dos Jogos Africanos.
O campo 2 se for sacrificado não fará falta à formação?
Pessoalmente entendo que o campo de futebol junto ao pavilhão ainda é muito importante. Deve ser mantido e melhorado, pios não será exercício fácil transportar atletas de formação para o campo da Matola, mas também compreendo que o pavilhão não pode continuar sem parque de estacionamento e portas de emergência. É uma ideia.